ATA DA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 04-03-2002.

 


Aos quatro dias do mês de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quinta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Quarta Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Informações nº 058/02 (Processo nº 0877/02); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, a Indicação nº 004/02 (Processo nº 0872/02); pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Resolução nº 052/02 (Processo nº 0779/02); pelo Vereador Nereu D'Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 030/02 (Processo nº 0806/02); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº 053/02 (Processo nº 0825/02). Também, foi apregoado o Ofício nº 135/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 014/02 (Processo nº 0876/02). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 001/02, do Vereador Eurelice Betiato, Presidente da Câmara Municipal de Ponte Preta - RS; 020/02, do Vereador Almiro Moreira Andrade, Presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio das Missões - RS; s/nº, do Vereador Francisco de Assis Spiandorello, Presidente da Câmara Municipal de Caxias do Sul - RS; s/nº, da Vereadora Carmem Rosane Roveré, Presidenta da Câmara Municipal de São Lourenço do Sul - RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores Luiz Carlos Barbosa e Gislaine de Souza, respectivamente Diretor da Força Sindical e Secretária-Geral do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, que discorreram acerca de proposta de instalação de uma pista de eventos no Parque Humaitá, ressaltando as discussões promovidas na comunidade local, cujos resultados indicam que a os moradores estão favoráveis à instalação desse equipamento público naquela área. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Nereu D'Avila, Raul Carrion, Carlos Alberto Garcia, João Antonio Dib, Haroldo de Souza, Paulo Brum, Clênia Maranhão, Reginaldo Pujol, Estilac Xavier e Fernando Záchia manifestaram-se acerca do assunto abordado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando informações acerca da tramitação do Requerimento nº 034/02 (Processo nº 0798/02 - Requer que a Mesa, através da orientação da Procuradoria da Casa, ingresse na Justiça com Ação Declaratória, a fim de que haja decisão judicial sobre a forma cobrança do custo de fornecimento de água, se através de taxa ou de preço público), de autoria de Sua Excelência, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre a matéria. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Sílvia Severo, Coordenadora da Coordenadoria Municipal de Assessoria da Mulher, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que teceu considerações sobre a abertura da Semana da Mulher na Câmara Municipal de Porto Alegre, abordando aspectos do trabalho desenvolvido pela referida Coordenadoria visando à implantação de políticas públicas municipais de defesa dos direitos das mulheres. Às quatorze horas e quarenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib informou a realização, amanhã, de reunião com representantes da Associação de Moradores do Bairro São Geraldo, a fim de debater os problemas dos alagamentos que ocorrem na região quando da ocorrência de chuvas intensas. Nesse sentido, comentou dados técnicos atinentes às intervenções estruturais que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre deveria realizar, a fim de debelar o referido problema. O Vereador Nereu D'Avila, referindo-se a diversos artigos publicados na imprensa escrita brasileira, aludiu aos problemas atualmente verificados no sistema de segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul, informando que solicitará que o Projeto de Lei do Legislativo nº 057/00, de autoria de Sua Excelência, que cria a Secretaria Municipal de Segurança Pública e dá outras providências, seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Gerson Almeida, Secretário Municipal do Meio Ambiente. Também, por solicitação do Vereador Pedro Américo Leal, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao jornalista Edmundo Fróes Soares, falecido no dia três de março do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch pronunciou-se sobre as tratativas realizadas entre a Câmara Municipal de Porto Alegre, o Executivo Municipal e a sociedade porto-alegrense, no sentido de escolher o local mais adequado para a instalação de uma pista de eventos na Cidade. Também, comunicou a realização, no dia seis de março do corrente, no Plenário Aloísio Filho, do Seminário sobre Estações de Rádio-Base, destacando a importância do evento para o debate do assunto junto à comunidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, nos dias seis e sete de março do corrente. Também, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando que os Senhores Vereadores fossem dispensados do uso da indumentária prevista no artigo 216, III, do Regimento, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o tema. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão mencionou os problemas enfrentados pela comunidade carente de Porto Alegre, notadamente no que se refere à defasagem verificada na quantidade de habitações populares na Cidade e ao número de pessoas que se encontram em situação de desemprego e subabitação. Nesse sentido, teceu críticas à atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, foi apregoado Parecer exarado pela Procuradoria da Casa, atinente ao Requerimento nº 034/02 (Processo nº 0798/02 - Requer que a Mesa, através da orientação da Procuradoria da Casa, ingresse na Justiça com Ação Declaratória, a fim de que haja decisão judicial sobre a forma cobrança do custo de fornecimento de água, se através de taxa ou de preço público), informando que o assunto será objeto de deliberação durante a próxima reunião da Mesa Diretora e tendo o Senhor Presidente, face manifestação do Vereador Luiz Braz, prestado informações acerca da data de realização da referida reunião. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart registrou a realização, amanhã, de Reunião Ordinária da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, na qual será debatida a situação verificada no serviço municipal de marcação de consultas médicas. Ainda, enfocou dados alusivos às propostas debatidas pelos Senhores Vereadores e por representantes de diversas comunidades, no sentido de promover a instalação de uma pista de eventos em Porto Alegre. O Vereador Elói Guimarães discorreu sobre o assunto abordado hoje durante a Tribuna Popular, afirmando que a proposta de instalação de uma pista de eventos no Parque Humaitá não tem aprovação unânime por parte da comunidade local. Nesse sentido, defendeu a construção desse equipamento público em área localizada no Centro da Cidade, alegando que tal medida facilitará o acesso da população aos eventos ali realizados. Na ocasião, o Senhor Presidente dispensou os Senhores Assessores Parlamentares de Bancada do uso da indumentária prevista no artigo 216, III, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson manifestou-se sobre proposta do Executivo Municipal, que estabelece isenções do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU - para as pequenas propriedades rurais localizadas no Município, analisando aspectos constantes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA - alusivos ao tema e criticando a veiculação de peças publicitárias patrocinadas pelo Executivo Municipal com relação ao assunto. A seguir, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao jornalista Homero Guerreiro, falecido no dia quatro de março do corrente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 010 e 011/02, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib, Sofia Cavedon e João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 019, 020 e 021/02, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel e Ervino Besson; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 130, 131, 132, 189 e 191/01, 002, 003, 011 e 017/02, os Projetos de Lei do Executivo nºs 004, 005, 006, 007, 008 e 009/02, os Projetos de Resolução nºs 116/01 e 046/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo registrou que, no dia de hoje, ajuizará Mandado de Segurança, visando a coibir o aumento das tarifas de fornecimento de água promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, afirmando que a majoração dessas tarifas deveria ser precedida da análise, por parte da Câmara Municipal de Porto Alegre, dos demonstrativos que discriminam os custos e justificam o referido aumento. Na ocasião, a Vereadora Helena Bonumá, presidindo os trabalhos, convidou os presentes para visitarem a Feira de Geração de Renda de Mulheres, que está sendo realizada na Avenida Cultural Clébio Sória e prestou informações sobre as atividades a serem realizadas na Casa, alusivas à Semana da Mulher. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre o Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02 (Processo nº 0949/02 - Susta os Decretos nºs 13.650, 13.551 e 13.652/02 e seus efeitos). Também, criticou a utilização, por parte do Executivo Municipal, do instituto das cartas-contrato para a admissão de servidores para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Estilac Xavier discorreu acerca do Projeto de Lei nº 4147, em tramitação no Congresso Nacional, que visa à privatização do serviço de água e esgotos, ressaltando o posicionamento dos Senhores Vereadores deste Legislativo no que se refere a esse matéria. Também, descrevendo as atividades prestadas pelo Departamento Municipal de Águas e Esgotos – DMAE, destacou a necessidade do reajuste da tarifa de água e esgotos em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz, reportando-se ao Requerimento nº 034/02 (Processo nº 0798/02) de autoria de Sua Excelência, pronunciou-se sobre a necessidade de que a Mesa Diretora da Casa ajuíze Ação Declaratória com a finalidade de aferir o modo de cobrança da prestação de serviço de fornecimento de água em Porto Alegre. Também, referiu-se ao Projeto de Decreto Legislativo nº 001/02 (Processo nº 0949/02 - Susta os Decretos nºs 13.650, 13.551 e 13.652/02 e seus efeitos). O Vereador Isaac Ainhorn, mencionando o Pedido de Informações nº 049/02 (Processo nº 0775/02), de autoria de Sua Excelência, teceu críticas ao Executivo Municipal no que tange ao prazo para o término de obras de restauração na sede da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Também, apresentou documento no qual consta a data para a finalização da referida obra, questionando os parâmetros adotados pelo Governo Municipal para a prorrogação dessa data. O Vereador Haroldo de Souza teceu considerações acerca dos debates realizados entre o Poder Público e a comunidade porto-alegrense no que tange à definição de um local para a instalação de uma pista de eventos em Porto Alegre. Também, procedeu à análise de projetos sociais apresentados neste Legislativo, referentes a crianças e adolescentes em situação de risco na Capital, ressaltando a necessidade da participação do Executivo Municipal nesse trabalho. O Vereador Raul Carrion congratulou as Senhoras Vereadoras e funcionárias deste Legislativo, bem como ao público feminino do Canal 16, pelo transcurso da Semana da Mulher. Também, discursou sobre artigo publicado no jornal O Sul, em sua edição do dia quatro de março do corrente, que versa sobre o posicionamento adotado pela Associação Gaúcha de Supermercados - AGAS, no que tange à abertura do comércio aos domingos. O Vereador Elói Guimarães discursou a respeito de decisão do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, no sentido de vincular as coligações partidárias nos âmbitos Municipal, Estadual e Federal, tecendo considerações a respeito das repercussões político-partidárias que tal medida ocasionará. Também, criticou a postura adotada pelo referido órgão, especificamente no que se refere à aplicação dessa norma durante as próximas eleições gerais brasileiras. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01, considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por vinte votos SIM e onze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Estilac Xavier, Beto Moesch, Sofia Cavedon e Adeli Sell e encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Isaac Ainhorn e Carlos Alberto Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Estilac Xavier, Helena Bonumá, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01, a Vereadora Maria Celeste cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Adeli Sell. Também, face Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 006/00, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Helena Bonumá. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Votação Nominal, 1º Turno, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/01, o qual teve sua votação adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Sebastião Melo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/00, o qual foi discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Reginaldo Pujol e Elói Guimarães. Às dezoito horas e dez minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol e Helena Bonumá e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Luiz Carlos Barbosa, representando o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, sendo que dividirá o mesmo com a Sr.ª Gislaine de Souza, comerciária e Secretária-Geral do Sindicato.

 

O SR. LUIZ CARLOS BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Força Sindical e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre requereram o espaço da Tribuna Popular para aqui dizer as razões pelas quais este Sindicato e a Força Sindical apoiavam a pista de eventos no Parque Humaitá. Fomos procurados por uma comissão de trabalhadores, por uma comissão de representantes de moradores de diversas entidades da região, e discutimos não apenas porque gostariam da pista de eventos, mas o projeto onde estavam incluídas as vantagens que seriam trazidas à comunidade, os benefícios.

No dia de ontem, acompanhamos - e esteve presente o nobre Ver. Nereu D’Avila acompanhando-nos durante toda a tarde - os eventos que aconteceram lá na Vila Farrapos. E lá sentimos que efetivamente a população, as associações de moradores e o conjunto da sociedade queriam realmente que fosse feita a instalação da pista de eventos. Isso é importante, porque trará benefícios ao conjunto da sociedade, e também trará benefícios aos jovens, àqueles que estão excluídos de todo e qualquer processo. Por isso é importante trazermos a esta Casa a razão pela qual pedimos a V. Ex.as que escolhessem o Parque Humaitá, efetivamente, para que ali seja instalada a pista de eventos, porque trará benefícios ao conjunto da sociedade e, principalmente, a todas as vinte e duas associações que englobam o Parque Humaitá. Por isso, desde já agradecemos pelo espaço e passo a palavra à companheira Gislaine. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. GISLAINE DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa comunidade é composta pelo Parque Humaitá e vinte e duas vilas que são consignadas à região do Humaitá. Temos um documento assinado pelo presidente de cada uma dessas vinte e duas associações afirmando a sua concordância, onde temos a maioria. Estávamos tranqüilos, porque até então a pista de eventos seria situada na nossa região, tanto que todos os benefícios que viriam com a pista de eventos foram propostos pela nossa comunidade, de acordo com as nossas demandas, que são o transporte, a saúde, a educação, a geração de renda, a qualificação profissional. A nossa comunidade é muito próxima ao Centro de Porto Alegre e temos uma preocupação muito grande, já que são vinte e duas vilas que estão jogadas à sorte se a pista de eventos não for para lá, porque cada vez mais o crescimento, o desenvolvimento está-se aproximando de nós e seremos esmagados pela especulação imobiliária. A Escola Técnica Santo Inácio, situada na nossa região, na área da nossa comunidade, não presta nenhum benefício aos nossos moradores. Para jogar no campo tem-se que pagar 100 reais por uma hora e meia. A escola é particular e a escolinha também tem-se que pagar. O CTG também é particular. Há a escolinha do Inter que treina lá e os nossos moradores têm que pagar para freqüentá-la, senão não entram. Por isso queremos, sim, a pista de eventos na nossa região, porque somos carentes, precisamos, a nossa comunidade não tem condições de pagar escola particular.

Queremos melhorar o nosso bairro e a pista de eventos nos trará essa oportunidade.

Estamos mobilizados a favor da pista, procuramos a imprensa, mas não obtivemos espaço, sempre nos foi negado, porque não tínhamos condições financeiras e nem ninguém apoiando, porque não temos partido. Temos os Vereadores que estão aqui presentes, que são os nossos representantes e que poderão nos apoiar. Por isso, por intermédio do apoio da Força Sindical, conseguimos chegar até aqui para falar com V. Ex.as, porque até então nos era negado. Contamos com a colaboração de vocês para beneficiar a nossa comunidade. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila, representando o PDT, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, demais presentes, Porto Alegre está assistindo a uma das discussões mais democráticas. Todas as entidades foram ouvidas a partir da Prefeitura como instituição. Inclusive foi constituída uma Comissão Especial aqui na Câmara Municipal, com as comunidades da Cidade reivindicando. Houve uma Tribuna Popular no Porto Seco. Cada comunidade tem o seu ponto de vista, e estamos esperando que o Conselho do Plano Diretor, amanhã, decida qual o local. Na verdade, a discussão é democrática, porque participam diversos setores da sociedade. Agora, recebemos o Dr. Barbosa e a Sr.ª Gislaine falando em nome da comunidade do Humaitá.

Eu tenho uma posição pessoal - a minha Bancada não tirou uma posição, não ouso falar em nome da minha Bancada, já que está havendo uma grande disputa, é provável que não haja uma unanimidade. Estamos sensíveis ao que foi proposto pela Comissão Especial, cujo relator é o Presidente da Câmara Municipal, Ver. José Fortunati. Na época, o relatório indicou o Bairro Humaitá. É claro que de lá para cá houve muitos problemas, muitas situações novas, mas a Câmara estudou, se aprofundou, e eu pessoalmente, já que estão sendo dadas as posições, sou favorável à comunidade do Humaitá.

Concluindo, quero dizer que não sou contra as outras regiões, mas ali pela Freeway, pela situação de escoamento de entrada e saída, sou a favor do Bairro Humaitá. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion, representando o PC do B, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Saúdo o companheiro Barbosa, do Sindicato dos Comerciários, e a companheira Gislaine, do Humaitá.

Vou repetir o que tenho dito a todas as comissões e comunidades que aqui têm vindo. Nós, em primeiro lugar, consideramos que o carnaval e a Cidade merecem uma pista de eventos. Sambódromo, que é uma necessidade para o crescimento do carnaval, que não pode ser segregado para um local longínquo. Este local deve cumprir quatro condições: em primeiro lugar, deve ter espaço para uma grande pista de desfiles para que o carnaval e outros eventos se desenvolvam; em segundo, deve ter um espaço para os barracões; em terceiro, deve ser um local o mais central possível; em quarto, precisa ter boa acessibilidade viária.

Com base nessas considerações, a Comissão, da qual eu participei, aprovou, por unanimidade, o Humaitá. Os carnavalescos aprovaram o Humaitá, e a própria Prefeitura trouxe a indicação do Humaitá.

Ainda tivemos o cuidado – e o Relator foi o Ver. José Fortunati – de apresentar algumas sugestões de emendas que ele acatou, sendo que uma delas era no sentido de que fossem viabilizados na região - seja na construção do sambódromo, seja na própria operação do sambódromo - vagas para a população local poder trabalhar, poder tirar vantagens concretas; em segundo lugar, que houvesse cursos de formação profissional.

Temos uma grande ligação com a região do Humaitá-Navegantes, há muitos anos, e sabemos da comunidade carente que lá vive e o quanto este equipamento pode beneficiá-la.

Outro aspecto que instamos foi que se procurasse minorar a propagação do som para as áreas presidenciais.

Eu tenho dito, quando vem aqui os representantes do Porto Seco ou da Restinga, que eu ainda mantenho, com coerência, a posição que defendi na Comissão: que seja preferencialmente no Humaitá, só deixando de ser lá se a população não quiser.

Por isso, creio que amanhã caberá a decisão – agora já escapou da Câmara – ao Conselho do Plano Diretor. Vejo como legítima a vinda de vocês aqui, para afirmar que a população, pelo menos a parcela mais sofrida e mais necessitada, deseja o sambódromo, a pista de eventos no Humaitá. Um abraço, e espero que tenham êxito. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia, representando o PSB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Dr. Barbosa, do Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre, prezada Gislaine, do Bairro Humaitá, que é uma liderança ativa naquela região, em primeiro lugar, vou fazer algumas considerações que julgo importantes. Primeiro: urge na nossa Cidade realmente a questão de fazermos uma pista de eventos, e esta pista de eventos não pode mais esperar, porque é um assunto que vem sendo protelado ano a ano.

Quero fazer uma ressalva: eu discordo um pouco do que a senhora falou relativamente ao Colégio Santo Inácio. Conheço o Colégio Santo Inácio e sei da atuação do Colégio Santo Inácio junto à comunidade, e à comunidade daquela região - muitos projetos e algumas pessoas, inúmeras, até posso dizer, são beneficiadas e são as pessoas carentes do bairro.

O que me preocupa naquela região, naquele local, especificamente, é que mais uma vez Porto Alegre está perdendo os seus campos de futebol. Os seus campos de futebol não existem e cada vez mais os estão retirando.

Portanto, quando o Ver. Raul Carrion falou que foi de forma unânime, seria importante rever, porque este Vereador não assinou, na época.

Eu acho importante, sim, que nós tenhamos que definir. Se for o Parque Humaitá, que bom. Lá é uma bela área, mas não naquele local do Santo Inácio, e o que eu tenho dito nos últimos tempos é que o local que eu acho que deveria ser o melhor local para Porto Alegre é o local da Viação Férrea junto a Voluntários da Pátria, que é um local acessível a partir de qualquer bairro. Portanto, eu acho que o encaminhamento é bom, e respeito todas as comunidades que vêm aqui utilizar a palavra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib, representando o PPB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meus caros amigos da Força Sindical, um dia há de ser escrito o livro que vai contar a história da pista de eventos, e nós vamos ficar sabendo com todas as letras que as últimas quatro Administrações da Prefeitura jamais quiseram transformar em realidade a pista de eventos.

Esta Casa, num primeiro estudo que fez, entendeu que o melhor lugar para fazer a pista de eventos é onde se realiza o carnaval hoje, fato que já vinha de administrações anteriores, mas como o PT é o dono da verdade, queria fazer na transversal ao que estava programado antes. Então, começou a escolher lugares que se sabia que a Justiça não permitia. E, agora, pela última das informações aqui, o Conselho do Plano Diretor vai escolher, e a Prefeitura traz equivocadamente à Casa do Povo de Porto Alegre informações. Mas é claro, o Prefeito viaja muito, não tem tempo de cuidar dos problemas da Cidade e assina qualquer papel. Ele assinou um documento para a Casa do Povo de Porto Alegre dizendo que a Habitasul doava o terreno para que, lá no Humaitá, se fizesse a pista de eventos. Eu li outro ofício da Habitasul dizendo que não dava coisa nenhuma. O Prefeito tinha-se equivocado. Eles não tinham oferecido, não davam e não negociavam. Então não é bem assim como a Prefeitura afirma. Assim como a Universidade do Trabalho, mais gente de lá se posicionava contrariamente.

Portanto a Prefeitura não deseja que o carnaval continue sendo feito em Porto Alegre e não deseja a pista de eventos, senão já a teríamos. Não é por falta de dinheiro, pois, no dia 31 de dezembro, a Prefeitura tinha 200 milhões de reais. Não é por falta de dinheiro. Poderia ter feito na hora que quisesse, no local que quisesse, desde que atendesse a um pouco daquilo que os representantes do povo estudaram com o povo: o melhor lugar é a Augusto de Carvalho, que pode ser alargada, tem espaço e pode ser continuada até a Washington Luís. Mas eles não querem nem no Humaitá, nem na Restinga, nem no Porto Seco, nem na área central. Esse livro vai ser escrito ainda um dia. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, representando o PHS, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, pessoal da Força Sindical que aqui se encontra a respeito da pista de Eventos, eu também tenho essa opinião de que é pela falta de vontade política que não se estabeleceu até agora a construção dessa pista em Porto Alegre. Acho perfeitamente justo que o Bairro Humaitá reivindique a pista de eventos naquele local. Agora, não acho justo que o Colégio Santo Inácio seja prejudicado. Não acho justo que os estádios - campinhos de futebol que lá existem - desapareçam. Eu sei que os aluguéis daqueles campos servem para matrículas de alunos carentes do Colégio Santo Inácio. Até que me provem o contrário, deve-se fazer a pista de eventos no Parque Humaitá, tudo bem! Mas que o Colégio Santo Inácio e os campos de futebol sejam preservados.

Eu tinha prometido que não entraria mais em detalhes sobre a pista de eventos. Mas, pelo andar da carruagem, estou sentindo que o carnaval de 2003 será realizado novamente aqui na Augusto de Carvalho. Tomara que eu seja desmentido. É muita incompetência da Prefeitura, das entidades carnavalescas e desta Casa, porque a pista de eventos já era para ter sido construída há muito tempo. O Vereador do PSB, Carlos Alberto Garcia, fala sobre a área da estação ferroviária. Eu deixo uma pergunta: por que não ali? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Paulo Brum está com a palavra, representando o PSDB, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os representantes de comunidades e demais presentes.) Se não me engano, na semana passada tivemos aqui presente, utilizando este mesmo espaço da Tribuna Popular, a comunidade da Vila Nova Gleba também reivindicando a construção da pista de eventos lá na Zona Norte. Naquele momento, eu fiz referência de que participo como Vereador desta Casa há sete anos, e todos os anos, após o evento do carnaval, esta Casa se mobiliza, as comunidades envolvidas se mobilizam, com um único objetivo: o da construção da famosa pista de eventos. Esta Casa sempre esteve ao lado do povo, participando por meio de Comissões, dando apoio, como diversos Vereadores já estão colocando seu apoio aberto. Eu também abro o meu apoio. Acho que está mais do que provado que Porto Alegre precisa desse espaço de mobilização para a população.

Eu acho louvável a iniciativa de vocês, e quero dizer que, no que depender de nós, Vereadores, a pista sai amanhã. Nós sentimos que o que está faltando é, exatamente, a vontade política de quem tem o poder nas mãos: o Sr. Prefeito. Queremos que tenham em mente que nós, Vereadores, que somos os legítimos representantes da população de Porto Alegre, estamos ao lado da comunidade.

Tenham sucesso, e que Deus abençoe a todos vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra, representando o PPS, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os representantes de entidades e demais presentes.) Sobre o tema específico, é impressionante como todos os anos, antes e depois do carnaval, nós, Vereadores, acompanhamos nesta Casa a reivindicação das comunidades para que enfim se crie nesta Cidade uma pista de eventos. Todos os anos a Prefeitura adia, por motivos diferenciados, aquilo que é uma reivindicação da comunidade de Porto Alegre, tentando transferir a responsabilidade da sua gestão pública para outras instâncias de poder. Nesta Casa, duas vezes já foram criadas Comissões Especiais apontando lugares para construir a pista de eventos. Recordo-me de uma Comissão que indicou cinco alternativas, a partir de consulta a representantes dos setores carnavalescos. Isso lembra mais uma novela mexicana: longa e sem final feliz. Um Governo que, em treze anos, não consegue responder a uma demanda da comunidade, tão simples como a construção de uma pista de eventos, é mais do que a demonstração da falta de compromisso, na área da cultura, com essas manifestações populares que deveriam ser apresentadas na pista de eventos. É também evidente a falta de vontade política.

Esperamos que essa notícia que mais uma vez sai na imprensa dizendo que o Conselho do Plano Diretor amanhã vai definir esse lugar seja real, esperamos, enfim, que a Prefeitura pare com as tergiversações, pare com a transferência de responsabilidade, que construa em Porto Alegre a pista de eventos em sintonia com os interesses da comunidade carnavalesca, dos demais segmentos culturais da Cidade e que respeite os interesses e a vontade da comunidade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, representando o PFL, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saúdo o Dr. Barbosa e a Sr.ª Gislaine, que representa a comunidade que veio aqui, hoje, utilizar a Tribuna Popular, trazendo a sua opinião a respeito desse assunto que já fez vários aniversários e que deve, no ano que vem, festejar o seu debute, porque fará 15 anos que se discute esse assunto. O Ver. João Antonio Dib já fez algumas colocações. Eu honestamente entendo que, se quisessem, já teriam feito a pista de eventos em algum lugar da cidade de Porto Alegre. Se a Câmara de Vereadores, a quem se socorrem legitimamente as lideranças comunitárias, tivesse o condão de ter deliberado esse assunto, há cerca de oito anos teria sido construída a pista de eventos na Av. Augusto de Carvalho, conforme deliberação reiterada desta Casa, nesse particular. Esses dias, quando aqui estava outra comunidade que postulava a instalação da pista de eventos no seu bairro, eu tive a oportunidade de dizer que sou partidário, sempre fui, da opinião de que a pista de eventos fosse construída onde se realiza o carnaval de Porto Alegre tradicionalmente. Mas não posso ser tolo de deixar de reconhecer que a Prefeitura faz tudo para que não seja ali. Tanto é verdade que colocaram aquela rótula sem sentido numa das extremidades da Av. Augusto de Carvalho como a dizer: por aqui não há possibilidade de se fazer mais nada, a não ser essa confusão no trânsito.

Por isso, quando recebo aqui as mais diferentes comunidades, quando eu vejo que o Colégio Santo Inácio, a Universidade do Trabalho, o Círculo Operário, o CTG Vaqueanos da Tradição, as representações desportivas da Vila Farrapos e adjacências vêm aqui e nos pedem exatamente o contrário daquilo que a comunidade representada pela Força Sindical e inúmeras entidades que subscrevem esse pedido estão solicitando, eu me lembro do Maquiavel. E lembro-me daquela velha história do dividir para governar. Quer dizer, estão sendo jogadas uma comunidade contra a outra: Restinga contra Porto Seco, Porto Seco contra Humaitá, Humaitá contra Restinga, quando, na verdade, o que tem faltado nesse tempo todo é vontade de fazer essa pista de eventos, de sair do discurso e ir para a prática. E eu digo isso não para ser agradável com os moradores, com as entidades do Humaitá, que estão reivindicando, porque eu sou muito honesto. É evidente que, tivesse eu a capacidade de decidir, dentro desse quadro, pelo meus vínculos, eu decidiria pela Restinga. Sou muito honesto. O que eu quero denunciar e lamentar é que as comunidades estão sendo usadas nesta hora para criar uma falsa discussão em torno de outro assunto, que se não foi resolvido até agora foi porque o Governo do Município não quis resolver. Era isto, Sr. Presidente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra, representando o PT, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr. representante dos Empregados do Comércio de Porto Alegre e Sr.ª Gislaine, que usaram o espaço da Tribuna Popular para falar sobre a pista. Primeiro quero dizer que a comunidade do Humaitá fez uma visita a este Vereador, colocando seus pontos de vista a respeito da defesa do movimento “Nós Amamos Humaitá, Pista de Eventos Já!”. Assisti, desse movimento, também à entrega da documentação ao Sr. Prefeito. Na oportunidade lhes disse que os aspectos técnicos da escolha do bairro lhes são favoráveis, mas lhes disse também, e volto a repetir, que existem outras comunidades concorrendo: Porto Seco e Restinga, mobilizados também, com os mesmos direitos políticos de reivindicar. A decisão não cabe a nós; caberá ao Conselho Deliberativo do Plano Diretor, que se reúne amanhã. Evidentemente, eu espero que a decisão seja uma decisão que, após tomada, não se coloquem, alguns Vereadores, no intuito de impedir a construção da pista. Queriam alguns que a Prefeitura tivesse feito a pista a manu militari. Nesse processo descobrimos como é possível explorar, politicamente, e de forma eleitoral, os interesses da pista, mas também descobrimos como existe preconceito a respeito da pista, não só daqueles que, elitistamente, não quiseram que a pista fosse aqui na 3.300, como inclusive em comunidades em que outros locais foram ofertados. Eu quero dizer que aqueles que hoje, aqui, sustentaram na tribuna que a Prefeitura joga comunidades contra comunidades, apresentando várias posições, são exatamente os mesmos que, quando se discute o assunto, levantam outras alternativas.

Eu creio que na verdade a pista, concluo, Sr. Presidente, é um equipamento fundamental que envolve educação, segurança, lazer, envolve teatro, ocupação de espaço, incorpora bens patrimoniais a uma região - e o Humaitá sabe disso e por isso está nesta luta. Agora, há Vereadores que sabem que, quando a pista for executada, seja no Humaitá ou em outro lugar, porque outros lugares também foram apontados pela Comissão da qual o Presidente, Ver. José Fortunati, foi o Relator, não foi só o Humaitá, houve outros também...

Então, quero dizer que talvez os Vereadores que estão fazendo esse jogo político é para que a pista não ocorra, porque sabem que isso coloca em absoluta sintonia a Administração com as comunidades que querem esse equipamento para o seu lazer, cultura e educação em Porto Alegre. Sucesso e muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria cumprimentar o Barbosa, a Gislaine e toda a comunidade do Parque Humaitá e dizer de uma maneira clara e objetiva, que tenho a convicção de que todos os Vereadores são favoráveis, não só os de agora, mas de legislaturas anteriores, à construção da pista de eventos, desde que essa construção venha de uma elaboração concreta. Já no meu terceiro mandato, já vi e ouvi indicações, por parte da Prefeitura, as mais diversas sobre a sua localização, e nada de concreto foi feito. Foi feito um projeto anterior, na época em que o Prefeito da Cidade era Alceu Collares, que apresentava uma extensão, um aumento na Augusto de Carvalho, num lugar absolutamente consagrado para o carnaval, central, e atendia aos interesses de todos. Por razões técnicas defendidas pela Prefeitura, com a qual este Vereador não concorda, foi tirada dali a possibilidade de ser construída, levou-se para a Viação Férrea, mas que tinha dificuldades, porque o terreno era do Governo Federal. Todos nós estamos cansados disso; todos nós entendemos que a pista deve ser rapidamente construída na cidade de Porto Alegre para consolidar um carnaval que está apresentando problemas na Cidade.

Este Vereador encaminhou um pedido de informações ao Sr. Prefeito para saber se no Projeto “Entrada na Cidade”, as três mil unidades familiares a serem construídas no Humaitá, se o dinheiro do BIRD não entraria lá parte dos 10 milhões, que seria o custo estimado para a construção da pista de eventos, já que o nosso Orçamento prevê 2 milhões. Eu não consigo entender, se eu tenho um Orçamento com 2 milhões para construir uma pista de eventos, e se ela, orçamentariamente, custa 10, de onde vêm esses recursos, se o meu Orçamento não tem? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos agradecer a presença do Sr. Luiz Carlos Barbosa, Diretor da Força Sindical; a Sr.ª Gislaine de Souza, Secretária-Geral do Sindicato dos Comerciários, afirmando que este debate é da maior importância, e resgato, muito rapidamente, que esta Câmara, no ano passado, através de uma Comissão Especial, presidida pelo Ver. Dr. Goulart, concluiu, depois de uma ampla análise sobre todas as possibilidades de instalação de uma pista de eventos na Cidade, com visita a todos os locais, que a melhor alternativa situava-se no Bairro Humaitá. Quero dizer da minha estranheza, da minha surpresa, enquanto Relator do Projeto, porque, ao menos, fui informado, informalmente, que a área que se busca não é a área originalmente estabelecida para a pista de eventos, acordada entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Fala-se claramente em prejuízos para o Colégio Santo Inácio, para a Universidade do Trabalho e também para os campos de futebol. Eu fui Vereador, Relator daquela Comissão Especial, e posso afiançar que o espaço originalmente pensado e aprovado pelo resto da Comissão Especial em nada atingia os campos de futebol, o Colégio Santo Inácio e a Universidade do Trabalho. É importante que esses fatos sejam esclarecidos para que mal-entendidos não aconteçam. Se, porventura, o Poder Público Municipal estabeleceu outra área no próprio Parque Humaitá, não é a área estabelecida inicialmente num grande acordo estabelecido por este Poder Legislativo. Agradeço a todos. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 14h40min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, sexta-feira eu solicitei à Mesa um pedido de resposta de um outro Requerimento que tramitava e recebi a comunicação de que hoje, segunda-feira, a Procuradoria da Casa estaria expedindo as linhas para orientar com relação àquele pedido inicial que eu havia feito. Pergunto a V. Ex.ª se, porventura, nós temos da Procuradoria da Casa a resposta ao pedido.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Até o momento, esta Presidência ainda não recebeu o Parecer da Procuradoria, mas também fui informado de que nós teremos ainda no dia de hoje esse Parecer. Vou solicitar à Procuradoria que encaminhe a esta Presidência, caso o Parecer já esteja pronto.

A Sr.ª Sílvia Severo, Coordenadora da Coordenadoria Municipal de Assessoria da Mulher, vai falar sobre as políticas públicas para a mulher.

 

A SRA. SÍLVIA SEVERO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde a todos. Nós, da Assessoria de Políticas Públicas para as Mulheres, estamos aqui com grande satisfação na abertura da Semana da Mulher da Câmara de Vereadores, que acreditamos ser um espaço importante de interlocução com o Governo Municipal e com o Movimento de Mulheres com o objetivo de construir uma sociedade melhor, sem diferenças. A Assessoria de Políticas Públicas para as Mulheres surgiu a partir de 1993, e com a criação da Coordenação dos Direitos Humanos e Cidadania a Assessoria passou a integrar essa coordenação e passou a constituir uma política municipal na área da promoção e defesa dos direitos humanos das mulheres. O principal objetivo da Assessoria da Mulher é pautar, tanto nos espaços internos da Prefeitura como fazer a interlocução com o Movimento de Mulheres na construção de políticas públicas.

Nós temos um grupo de trabalho, o GTG, do qual participam representantes de várias Secretarias do Governo Municipal, e a partir desse grupo de trabalho construímos, articulamos e implementamos as políticas públicas para as mulheres. Ao longo desses anos, nós temos a certeza de que construímos muito, fizemos várias políticas que realmente modificaram a vida de muitas mulheres, tanto na área da saúde como na área da assistência social, na área da habitação, na área do desenvolvimento econômico - geração de renda -, na área da cultura, enfim, nos mais diversos setores da Prefeitura, mas temos a certeza de que ainda temos muito o que avançar, ainda temos muito o que melhorar e contamos com esta Casa para a construção dessas políticas. Inclusive contamos com a representante da Casa no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, no qual a assessoria também faz parte, auxilia, faz essa interlocução com o Movimento de Mulheres e também através do Conselho dos Direitos das Mulheres para a implementação das políticas públicas.

Eu gostaria de ressaltar a importância da Secretaria da Saúde nesses vários anos de trabalho, principalmente no atendimento às mulheres vítimas de violência. Um dos principais órgãos de atendimento a essas mulheres é a Casa Viva Maria, que já está com oito anos de existência e é um órgão que já atendeu e continua atendendo essas mulheres, e que ajuda na reconstituição da vida dessas mulheres.

Temos também os programas de atendimento às DST e AIDS, fazemos a interlocução com vários hospitais da Cidade como o Fêmina, o Presidente Vargas, Conceição, Pronto Socorro, através de um Comitê Gestor, que atende às mulheres vítimas de violência sexual. É um projeto bastante importante, conduzido, então, pela Prefeitura de Porto Alegre. A partir do momento que entendemos que temos de avançar, temos de priorizar as políticas públicas, nós entendemos também que o espaço de relevante importância que está para ser constituído é a criação da Coordenação dos Direitos Humanos. Com certeza, vamos com isso conseguir ampliar o nosso trabalho a partir da Coordenadoria da Mulher que estará presente nessa Secretaria.

Gostaria, para terminar, de deixar um convite a todos os Vereadores e Vereadoras e demais pessoas que estão nos assistindo que, hoje à noite, começaremos com uma atividade cultural de promoção da Secretaria Municipal da Cultura e da Assessoria da Mulher: “O Feminino da Dança”. Será às 19h, no Teatro de Câmara, na Rua da República, onde estaremos fazendo um gancho entre a questão cultural, literatura, a dança; e o Movimento de Mulheres estará representando o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra com a Sr.ª Ivonete Tonim. Será um espaço bastante interessante de discussão e interlocução entre as Secretarias Municipais e o Movimento de Mulheres.

Nós agradecemos por podermos dialogar, e esperamos continuar tendo esses espaços, que sempre prontamente podemos contar, e nos colocar à disposição para um diálogo mais aprofundado sobre as várias políticas. Gostaríamos de colocar muitos trabalhos interessantes, mas, como o tempo é curto, acabamos deixando de citar. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço à Sr.ª Sílvia Severo que falou em nome da Coordenadoria Municipal de Assessoria da Mulher sobre as políticas públicas para a mulher.

Nós queremos, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, dizer da nossa imensa satisfação por, na prática, estarmos comemorando nesta semana não somente o Dia Internacional da Mulher, mas a Semana da Mulher. A Câmara Municipal de Porto Alegre elaborou diversas iniciativas que se inicia com uma feira que está sendo realizada no corredor de entrada desta Casa. Convidaríamos os Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras para visitar essa feira tão importante e que se tratou da confraternização entre aqueles que, no dia-a-dia, constroem, labutam e, sem dúvida nenhuma, são responsáveis por uma parcela significativa da nossa cultura e dos aspectos econômicos da nossa Cidade.

Agradeço, mais uma vez, a Sr.ª Sílvia Severo pela sua participação. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h49min.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às 14h50min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicações (Pausa.) Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, amanhã, pela manhã, alguns Vereadores desta Casa, incluindo o nosso ex-Presidente, estaremos reunidos com a Associação de Moradores do Bairro São Geraldo para tratarmos dos problemas das inundações que lá ocorrem.

Eu não entendo a Prefeitura. Uma dia eu já entendi, perfeitamente, mas agora não entendo mais. Entendi bem até, mas agora não entendo mais.

Há pouco tempo, diziam que para resolver o problema do conduto forçado da Álvaro Chaves precisavam de 27 milhões de reais. Agora, com 9 milhões de reais, eles resolvem o problema. Então, amanhã, eu não entenderei se o problema não for resolvido, porque a Prefeitura nada em ouro, enquanto os porto-alegrenses nadam no lodo das inundações que ocorrem na Cidade. Durante todo o ano, eu mostrei os recursos que a Prefeitura dispunha e que não utilizava em benefício da Cidade. Eu divulguei, tanto quanto pude, mostrei que, em 30 de junho de 2001, a Prefeitura tinha no sistema financeiro 208 milhões e meio de reais. Em 31 de agosto, 212 milhões e meio de reais; em 31 de outubro, 213 milhões de reais. Sempre com alta soma aplicada no sistema financeiro para ajudar os banqueiros. Os banqueiros que os petistas, aqui, desta tribuna, maldizem todos os dias que podem.

Eu fico preocupado com uma Prefeitura tão rica e uma Cidade tão cheia de problemas. Mas poderia ser que os três períodos citados por mim não representassem o final do ano. Sei que o Ver. Adeli Sell vai abrilhantar o meu pronunciamento com os números que ele vai trazer ao meu pronunciamento. V. Ex.ª me honra, Vereador.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Antonio Dib, tirando a sua ironia, que lhe é muito peculiar, e tem um sabor de provocação para um “bom debate”, como um outro Vereador costuma dizer aqui, quero alertá-lo que nos anos de 1999, 2000, 2001, infelizmente, o recolhimento de tributos, em particular o ISSQN, está estagnado. Temos que estudar essa questão, e chamo V. Ex.ª para ser um grande parceiro, porque está na Comissão de Economia conosco, mas a Prefeitura não tem dinheiro sobrando, eu gostaria que tivesse. Infielmente temos que discutir também nesta Casa o que a maioria se nega a discutir, poucos inclusive conhecem a fundo a questão orçamentária, como V. Ex.ª, poucos, talvez nenhum. Então, V. Ex.ª também há de concordar comigo que precisamos discutir a arrecadação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato ao aparte de V. Ex.ª, que não corresponde a realidade, Vereador. O ICMS aumentou, o ISSQN aumentou todos os anos. E este ano de 2002, o ICMS e o ISSQN devem nivelar-se em valores muito mais elevados do que está na proposta orçamentária, que é de ficção.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como eu dizia, podia ser que daquele período eu estivesse me equivocado, o Prefeito estivesse usando o dinheiro e eu estivesse falando mal dele, mas ele viaja muito e não pode usar o dinheiro. No dia 31 de dezembro, porque eu sou insistente, a Secretaria da Fazenda teve a gentileza de me encaminhar antes os dados que vão ser publicados hoje no Diário Oficial. Então no dia 31 de dezembro a Prefeitura tinha 184 milhões de reais no sistema financeiro. Tinha em conta corrente 43 milhões e meio de reais, depois de pagar o salário dos municipários e o 13º salário, ainda havia 43 milhões e meio. Havia 123 milhões e meio aplicados, talvez, a 1%, 1,2%, ou até 2%, porque quem fala mal dos banqueiros é capaz de ter dos banqueiros um tratamento todo especial. E dirão que havia restos a pagar. Tinha sim! Cinqüenta e três milhões de resto a pagar, eu poderia ter pago com o dinheiro em caixa e ainda sobravam 120 milhões de reais no sistema financeiro e algumas centenas de problemas nas ruas da Cidade.

Como eu disse no início, enquanto a Prefeitura nada no ouro, os munícipes nadam no lodo, no lodo do Parcão, no lodo da Padre Cacique, da Praia de Belas, da José de Alencar, no lodo do arroio Dilúvio e no lodo que se espalha por toda esta Cidade.

Portanto, Sr. Prefeito, fique na Capital e use o dinheiro em prol do povo de Porto Alegre, minimizando os seus problemas, quem sabe até fazendo a pista de eventos que todo mundo comenta. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, eu trago a esta tribuna um assunto que está envolvendo toda a Nação, e o Rio Grande e Porto Alegre não poderiam fugir a regra: é o assunto da segurança pública. A Folha de São Paulo, de ontem, na sua sessão Painel, trouxe a seguinte manifestação: “Haja ouvido: Benedito Mariano, ouvidor da Prefeitura e formulador do plano de segurança de Lula, será o Secretário de Segurança Municipal de Márcia Suplicy (PT). Assumirá em duas semanas.”

Na mesma Folha de São Paulo, do dia 23 de janeiro de 2001, portanto, há mais de um ano, há uma página inteira sobre a manchete forte: “PT decide priorizar a Segurança Pública”, onde mostra que em Ribeirão Preto e Franca, sobre outro título também, adotaram a Secretaria de Segurança Pública. Agora o vizinho Município de Canoas, o Prefeito Ronchetti, do PSDB, acaba de nomear o Sr. Bem Hur Marchiori, Delegado eminente desta Cidade de Porto Alegre, Secretário da Segurança Pública Municipal. O Correio do Povo, do dia 28 de abril de 2001 sob o título: “Prefeitura e Segurança Pública – Não há uma declaração formal em texto de lei que outorgue as polícias estaduais, civil e militar, a tarefa exclusiva de defender a sociedade no seu direito a incolumidade de pessoas e bens. Há poucos dias, o Senado discutiu longamente a tese de usar as chamadas guardas municipais nas tarefas de segurança pública, tendo alguns Senadores e ex-Prefeitos deixado nos Anais da Casa depoimentos no sentido de que em suas administrações o policiamento já vinha sendo exercido cumulativamente com o Estado por elementos das guardas locais”. Aqui, o jornal Zero Hora, do dia 11 de fevereiro de 2001, em manchete, diz: “Prefeitura começa a assumir segurança.” E o que diz um especialista no setor, entrevistado pela Zero Hora, Sr. Luiz Eduardo Soares, que foi até pouco tempo encarregado da segurança em Porto Alegre pelo Sr. Prefeito Tarso Genro, diz o seguinte: “A municipalização da segurança é uma tendência histórica que terminará por ser cor no Brasil. É provável e desejável que as responsabilidades legais se ampliem e que as polícias se municipalizem. Sou a favor dessa tendência, quando se trata de Municípios médios e grandes, porque nos permitirá explorar experiências inovadoras e facilitará as tarefas de modernização da segurança, sua moralização, adaptação dos sistemas às necessidades locais, a requalificação das polícias, sua valorização profissional e a participação da sociedade” – esse é o Sr. Luiz Eduardo Soares, sociólogo, que fez um plano de segurança para Porto Alegre. Naquela reportagem que li de folha inteira de terça-feira, 20 de janeiro de 2001, portanto há mais de um ano, diz: “Marta tentou cinco nomes para o cargo” – ela já estava escolhendo nomes que agora, segundo a Folha de São Paulo de ontem, recai no Sr. Benedito Mariano, Ouvidor da Prefeitura e formulador do plano de segurança de Lula, plano esse, aliás, que teve a presença de dois Ministros, inclusive o Sr. Aloísio Nunes Ferreira, Ministro da Justiça.

Portanto, o plano do Lula é um plano, que ainda não conheço na íntegra, mas pela presença do Governo, pela aceitação é um plano importante. Esse cidadão, que é o coordenador do plano, evidente que será um Secretário Municipal importante para São Paulo. Estou pedindo urgência urgentíssima, o art. 81, para o meu Projeto que cria a Secretaria Municipal de Segurança, porque não há mais como segurar isso. As Prefeituras do PT, e agora outra, para não ser só do PT, Canoas, do PSB, estão adotando também Secretarias Municipais de Segurança.

Ouvi o Sr. Luiz Eduardo Soares há pouco tempo, foi coordenador da segurança em Porto Alegre, é considerado um especialista em segurança, ele é pela municipalização e diz que não há como fugir. Ele fala justamente nos guardas municipais nas cidades médias e grandes, nas cidades pequenas não há guarda municipal. Nós temos aqui em Porto Alegre mil guardas municipais. O nosso Projeto tem como a requalificação e o aproveitamento desses guardas municipais subsidiariamente para, segundo os especialistas, ajudar as polícias estaduais a cuidar dos problemas de segurança. Portanto, não há como fugir, a Prefeita de São Paulo está no caminho certo, porque sem a mobilização de todos, não há como combater eficazmente o crime organizado em todo o Brasil e em Porto Alegre. Estou requerendo o art. 81 para o Projeto que cria a Secretaria Municipal da Segurança. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos, com muito orgulho a presença do Secretário Municipal do Meio Ambiente Sr. Gerson Almeida.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Requerimento): Solicito à Mesa um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Edmundo Fróes Soares que foi meu Chefe de Gabinete nesta Câmara.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Além de Chefe de Gabinete, Edmundo Fróes Soares, foi um grande esportista do Clube Jangadeiros. Solicito um minuto de silêncio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, vários são os temas que, no bom sentido da palavra, tumultuam esta Casa, sendo que um deles diz respeito - o que acabamos de assistir - ao problema do sambódromo ou da pista de eventos na cidade de Porto Alegre, um trabalho presidido pelo Ver. Dr. Goulart. Qual o grande problema que reside aí? Não foram apresentadas várias localizações para se definir o local. Com base no trabalho que a Câmara de Vereadores, por intermédio do Ver. Dr. Goulart, passou a fazer, ou seja, de oportunizar o debate de vários locais, é que a questão começou a ser melhor discutida aqui na cidade de Porto Alegre. Agora, jamais podem – e isto é importante que se diga – definir o local sem antes apresentar várias localidades. Isso está na lei de um estudo prévio de impacto ambiental. Isso é basilar. Com base no trabalho feito, é que vários locais estão sendo discutidos. Agora, jamais o Executivo poderá dizer: “Será esse o local”, porque, pelo estudo prévio de impacto ambiental, no mínimo três locais devem ser apresentados. O que é importante é que a comunidade, em dois locais, principalmente, no Porto Seco e Restinga, está querendo a pista de eventos lá, e isso já é um passo importante para acabar com um conflito já histórico na cidade de Porto Alegre, pois, nos locais anteriores, a comunidade, simplesmente, não permitiu, e, é claro, nós temos de respeitar as comunidades. Não se pode fazer uma grande obra que fique ali permanente sem a concordância da comunidade. Nós estaríamos desrespeitando o princípio sagrado da democracia, que respeita as minorias. O que vem a ser democracia? O espaço também oferecido para as minorias, porque não existe nenhum outro sistema onde as minorias, o seu conjunto têm espaço. Na democracia sim e, portanto, uma obra sem a participação da comunidade não pode existir, e a legislação federal, estadual e, principalmente, municipal garante a participação da sociedade, das comunidades locais no processo decisório. E é em cima disso também que queremos, quarta-feira - e é importante que todos os Vereadores participem -, um seminário aqui no Plenarinho da Câmara, que não será realizado pela Câmara de Vereadores, mas que diz respeito a um projeto de lei que tramita nesta Casa que é o das estações de rádiobase, um trabalho principalmente estudado e acompanhado pelo Ver. Juarez Pinheiro e, conjuntamente, nós conseguimos trazer a comunidade para palestrar e debater, o próprio Ver. Juarez Pinheiro, que será um dos painelistas, e técnicos de vários outros Estados para justamente debaterem o Projeto de Lei do Executivo que disciplina melhor as chamadas estações de rádiobase que são as antenas de celulares, torres de TV, torres de rádio, e assim por diante. Isso está sendo, vejam, profundamente alterado neste Projeto de Lei. E é por isso que os Vereadores devem, antes de votar este Projeto, estudá-lo e aproveitar este Seminário justamente para entender um pouco melhor da matéria, porque é um tema muito difícil, envolve química, envolve física, envolve urbanismo, e nós teremos, portanto, a oportunidade aqui, no Plenarinho da Câmara, de debater este processo. Já houve um Seminário no ano passado, no fim de semana, as comunidades e os bairros estão se reunindo mensalmente neste sentido e agora o Projeto está aí para ser votado. É uma grande oportunidade, um tema extremamente conflitante já disciplinado em Recife, já disciplinado em Curitiba; inclusive Curitiba nos traz experiências muito interessantes de limitar as estações de rádiobase, as antenas de celulares em alguns locais. O Projeto que tramita também limita tanto a potência das estações, como, urbanisticamente, as colocações entre elas, como, por exemplo, a distância de quinhentos metros. Vamos debater isso, portanto, na quarta-feira, no Seminário das Estações de Radiobase, volto a dizer, uma grande oportunidade para votarmos esse Projeto, entendendo-o perfeitamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias 6 e 7 de março de 2002. Em votação o Pedido de Licença do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, é possível tirar o casaco já que há falta de ar na sala?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Nós só temos de chegar a um consenso, porque logo no início desta Sessão um Vereador utilizou a palavra, ocasião em que não estava usando o casaco, e foi contestado. Consulto os Vereadores da Casa a respeito dessa pergunta, ou seja, se concordam com que seja permitido retirarem o casaco e com que somente para fazerem uso da palavra na tribuna ou no microfone dos apartes o uso do casaco seja obrigatório. (Pausa.) Há a concordância dos Vereadores.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós, por muitas vezes, ocupamos esta tribuna cumprindo a nossa responsabilidade pública de parlamentar desta Cidade de trazer até esta Casa uma série de problemas que Porto Alegre vive, especialmente a população de baixa renda das nossas vilas, que vive numa condição de subabitação e de extremo abandono. A imprensa muitas vezes tem garantido que chegue ao conjunto dos porto-alegrenses, àqueles que têm casa, que moram nos apartamentos, que têm carro, que moram nos condomínios, a realidade de uma outra Porto Alegre, que é a Porto Alegre de quase 30% dos porto-alegrenses que vivem em condições de subabitação, em condições de precária infra-estrutura nas suas residências, sem emprego e com condições de segurança ainda mais desfavoráveis do que a população de uma forma em geral.

Na semana passada eu trouxe a realidade da entrada da Cidade, do favelão da free way. É uma região da cidade onde, aproximadamente, três mil pessoas vivem dentro da lama. Em algumas das vilas, inclusive, as crianças brincam com animais doentes, não há creches e não são assistidas por uma política de assistência capaz de resgatar as condições mínimas que um ser humano tem direito ao longo de sua vida.

A preocupação que nos assalta, neste momento, é no seguinte sentido: se é verdade que em Porto Alegre a miséria cresceu mais do que em outras cidades brasileiras no mesmo período desta última década; se é verdade que os porto-alegrenses estão mais pobres, segundo os próprios dados do IBGE e do IPEA, e que há uma crescente exclusão social por uma ausência de uma política pública no Município capaz de prestar assistência mínima às pessoas desta Cidade; se é verdade que há um enorme distanciamento entre o discurso, a retórica, as propagandas de campanha e a capacidade de eficiência da Prefeitura de Porto Alegre nesta última década.

Neste momento nós estamos ainda mais preocupados. A sensação que nós temos é esta: além da tristeza, vemos crescer em Porto Alegre a exclusão social e a miséria, mais ainda do que em outras cidades brasileiras; existe uma sensação de que esta Cidade não tem comando e de que houve um abandono, inclusive físico, do prédio da Prefeitura de Porto Alegre. Todas as vezes que nós ouvimos falar do Prefeito de Porto Alegre não é para falar das centenas de crianças abandonadas das esquinas; não é para falar das condições de violência que hoje existem nos abrigos e os albergues, onde estão as crianças de rua. Quando nós ouvimos o discurso do Prefeito e da sua equipe, não é para falar sobre as filas que se avolumam nos postos de saúde da periferia da Cidade. Parece que o único tema de preocupação é uma disputa política de uma prévia interna do Partido que hoje governa Porto Alegre. Mas nós, os porto-alegrenses não temos nada a ver com essa disputa. O que nós porto-alegrenses temos é o direito de exigir o cumprimento mínimo daquelas promessas que fizeram com que esta Prefeitura ocupasse o Paço Municipal.

Vou dar só um exemplo do que ocorreu nesta Casa há dois dias, onde quatrocentos representantes de quatrocentos e vinte camelôs, organizados em suas entidades, estiveram aqui, por intermédio de seus representantes, denunciando o caos que se instalou no Centro da Cidade, quando mais de duas mil pessoas, sob a complacência da Prefeitura de Porto Alegre, ocupam as ruas vendendo produtos, inclusive de origem duvidosa, impedindo o direito de ir e vir do cidadão no Centro da Cidade.

Acho que esse é um tema fundamental para todos os porto-alegrenses e os gaúchos, e nós faremos questão de prosseguir a discussão nas próximas intervenções da nossa Bancada nesta tribuna. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Recebemos Requerimento, de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando que a Mesa Diretora desta Casa ingresse na Justiça com ação declaratória a fim de que haja decisão judicial sobre a cobrança do custo da água, se através de taxa ou preço público. Consta aqui o Parecer da Procuradoria. Acolhemos o recebimento da solicitação e na próxima reunião de Mesa a matéria será apreciada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, quando se dará a próxima reunião de Mesa?

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Na próxima quarta-feira, só que o Presidente não vai estar na Casa, mas, de qualquer maneira, eu passo o assunto ao Presidente da Casa, Ver. José Fortunati, para ver de que forma vai ser estabelecido isso. Mas, se não for nesta quarta-feira, será na próxima.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu deveria falar na saúde, eu deveria falar do encontro que teremos amanhã, na Comissão de Saúde. A Chefe da Marcação de Consultas vem nos explicar por que os porto-alegrenses não conseguem consultar, mas vejo que se acirraram os encaminhamentos sobre a pista de eventos. E tenho que dizer, aqui, para V. Ex.as, para os que nos ouvem no Canal 16, para os Srs. Vereadores, que a discussão foi posta e que eu tinha esta missão, desde o início, quando aqui vim falar pela primeira vez, que falaria em saúde, que está abandonada, que falaria nas crianças que não conseguem atendimento no serviço público adequadamente, porque o terceiro turno do ensino contínuo durante o dia é necessário que se implante.

E falava na primeira manifestação, desta tribuna, que a pista de eventos tem que ser um fato concreto, porque o povo e nós todos estamos enjoados de apenas conversas em termos abstratos. E a discussão sobre a pista de eventos foi posta e todos falam na pista de eventos e todos os Vereadores estão levando ao estudo mais profundo desse enorme aparelho que há de se levantar em Porto Alegre, e não vamos dar tréguas. Neste momento, em que a Comissão sugerida pelo Ver. Reginaldo Pujol foi negada pela Comissão de Educação, negou uma nova Comissão que estudasse a pista de eventos porque entende que já foi estudada pelo Legislativo. Mas aqui estou e vejo que no desenrolar dos fatos algumas pessoas ficam enlouquecidas e alugam Vereadores, alugam colegas formando um verdadeiro núcleo para poder dar sustentações futuras. Mas não faz mal, nós temos é que discutir bastante, discutir no varejo, com cada Vereador e o seu grupo, e discutir no atacado, discutir amplamente esse aparelho que há de trazer um momento bom para a cidade de Porto Alegre.

E fico contente, porque antigamente se discutia pista de eventos só na época do carnaval; agora, não, vem a Quaresma e estamos discutindo, vem a sexta-feira santa e estamos discutindo.

A missão que tive, a pedido do povo do carnaval, é a de trazer - para nós pista de eventos é sambódromo -, o sambódromo, o que foi feito pela primeira vez, no Brasil, no coração da terra do samba, no coração do carnaval, que é o Rio de Janeiro, por um gaúcho, Leonel Brizola, que lá implantou um aparelho maravilhoso, onde a Mangueira desfilou e hoje é campeã do carnaval deste ano; onde o Bambas da Orgia, que fez um carnaval maravilhoso, não pôde desfilar, porque foi lá para o monstrengo que se ergue ano a ano com muito dinheiro, com muito dinheiro empregado, que é essa pista virtual que aí acontece, alguns bilhões de reais.

Então, quando agora se levanta a população do Humaitá dizendo que quer a pista de eventos lá, que há um equívoco de quem não quer, o contraditório está mais uma vez posto, Ver. Carlos Alberto Garcia. Nós temos que discutir. Será que dá para ser atrás do CAERGS? Não sei, talvez não dê. Será que na Restinga, onde traria um grande momento social para aquela gente? Talvez. No Porto Seco? Também. O Cais do Porto, que uma vez foi colocado pelo arquiteto Mascarello, também.

O Ver. Beto Moesch ensina-nos, ele que é o nosso estudioso de meio ambiente, que nós necessitamos de vários pontos para que se faça a grande escolha. No Humaitá agora está feito o contraditório dentro do próprio bairro, Ver. Reginaldo Pujol, porque uma turma quer e a outra não. Isso é bom, isso é bonito, isso é democracia. Aí é certo que, no dia em que lá houver o sambódromo colorido, iluminado, com as baterias da Restinga, dos Imperadores, do Império do Sol, dos Bambas da Orgia, da Praiana...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. DR. GOULART: Sim, mas Império do Sol, sim, Vereador. A Imperatriz D. Leopoldina, todas essas maravilhosas escolas, lá estaremos dizendo assim: um Vereador que veio com essa missão discutiu bastante com a sociedade, discutiu bastante com os Vereadores, e o lugar escolhido é o lugar certo para a festa do carnaval, o nosso sambódromo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Apregôo Pedido de Informações de autoria do Ver. Beto Moesch que solicita informações acerca dos níveis de poluição sonora e atmosférica auferidos recentemente no ponto crítico das paradas de ônibus da Av. Assis Brasil e terminal de ônibus do Mercado Público.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu pretendia examinar a consulta oferecida pelo Superior Tribunal Eleitoral acerca da interpretação da Lei Eleitoral às possíveis coligações. Mas, o Ver. Dr. Goulart traz à tribuna um assunto que é típico, é da natureza e da decisão da Administração do Município, que é a pista de eventos. E exatamente porque S. Ex.ª falou: “o Bairro Humaitá quer”, é que venho à tribuna. Isso me arrasta à tribuna para dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que, para ser correto, setores querem, algumas pessoas querem, outras não. Por isto, eu sou defensor da democracia representativa, porque ela estabelece mecanismos que fazem com que, por um processo regular, se entregue a determinadas instâncias as decisões. No Bairro Humaitá, há todo um movimento contrário à pista de eventos. Lá existe a Universidade do Trabalho, contrária à pista de eventos; moradores a favor e moradores contra. Se nós pegarmos o Porto Seco, por exemplo, há pessoas do entorno a favor, outras contra. Na Restinga, a favor e contra. Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tenho defendido na tribuna que se busque concretizar a pista de eventos numa área que eu denomino área neutra e central, que tenha visibilidade, que é esse quadro central da Cidade.

Então, essa história do Ver. Dr. Goulart: “Olha, os moradores do Humaitá estiveram aqui e querem”, é a tal história do Orçamento Participativo. Aqui está o povo. Que povo é esse? Onde está a legitimidade? Aqui virão, e vieram, pessoas querendo; anteriormente, pessoas não querendo. Então, com quem ficamos? Qual é a certeza da representatividade? A certeza da representatividade é a Câmara; esta sim tem a representatividade. Se deixa a desejar é outra história, mas esta tem a representatividade. Os Vereadores carregam a representatividade. Agora, esses grupos se organizam e dizem: “aqui está falando a Cidade”, “aqui está falando a população”; falando coisa nenhuma, porque os interesses são diversificados no interior da população, no interior da Cidade. Temos o caso do Bairro Humaitá: alguns querendo outros não; um segmento querendo esteve aqui hoje, e é representativo sim, como o anterior também é representativo. Com quem ficamos, Ver. Ervino Besson? Veja que complexidade! Por isso que é o momento oportuno para análise, e aqui cutuco o Orçamento Participativo, quando dizem: “aqui é o Orçamento Participativo, falando pela Cidade”; coisa nenhuma. Quem falam são setores, são grupos que se organizam e elegem ali, segundo a sua ótica e segundo a parcialidade, o que acham que devem fazer.

Fica aqui, novamente, a minha reiteração no sentido de se fazer a pista de eventos num local compatível com a dignidade política e geográfica de uma pista de eventos, que tem de ser no coração da Cidade, e, por outro lado, numa área neutra, onde não haverá essas dissidências, e todo esse conflito que se observa onde se pretenda colocar o referido equipamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Informamos que os Assessores de cada Bancada também estão dispensados do uso do casaco.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, também as pessoas que nos assistem nas galerias, também as pessoas que nos assistem pela TV Câmara, eu queria saudar a todos.

Ao assistir à última propaganda da administração municipal na televisão, o denominado Cidade Viva, me chamou a atenção a forma como são utilizadas as verbas da publicidade. O referido instrumento de publicidade demonstra uma plantação de hortifrutigranjeiros, e o trabalho desenvolvido pelos agricultores, a qualidade dos produtos colhidos e sua aceitação pelos habitantes da localidade onde o produto é comercializado. Destaca algumas vantagens de se morar em uma região de menor ocupação populacional e as dificuldades econômicas enfrentadas pelos produtores. É mencionada a questão da isenção da pequena propriedade rural para o pagamento do IPTU.

Ocorre que a isenção para os produtores rurais é um dos instrumentos que se pretende introduzir através do projeto do IPTU progressivo, ou seja, haverá um reflexo direto nos mais variados setores da economia de Porto Alegre, Projeto de Lei que, após ampla discussão e análise foi rejeitado por esta Câmara nesse ano passado.

A peça publicitária ora em pauta busca criar uma idéia junto à população de que a isenção para a pequena propriedade rural será um efetivo instrumento de incentivo à produção, isto é, inicia-se um processo de formação da opinião pública no sentido de que o Parlamentar que se posicionar contrariamente ao projeto do IPTU progressivo estará indo contra os interesses dos nossos produtores.

Qualquer pessoa que analisar o programa Cidade Viva com o mínimo de senso crítico, perceberá que o Governo Municipal se utiliza de verba pública para veicular uma publicidade que procura implementar de uma forma muito sutil um posicionamento político a ser discutido.

Boa parte do Orçamento de Porto Alegre é destinado para a publicidade governamental. Ocorre que, ao invés de se utilizar do espaço na televisão para realizar um trabalho que procure alertar e educar a população para determinados problemas sociais, o Governo Municipal busca criar um sentimento na população que corresponde ao seu posicionamento perante o Projeto de Lei do IPTU progressivo. Isso deve ser observado com bastante atenção pelos Srs. Vereadores desta Casa.

“Zona Rural” e não Área de Ocupação Rarefeita, conforme consta no Plano Diretor. É notória a condição rural inerente a essa parte do Município. Tanto é assim que a propaganda governamental se refere à mesma nesses moldes. Porém, o Governo Municipal insiste em descaracterizar essa região, objetivando os reflexos financeiros que essa característica pode acarretar.

É nesse sentido que saliento a importância do PLCL n.º 004/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que devolve a essa região a condição de Zona Rural de Porto Alegre.

Além dos argumentos acima referidos, um dos fatores que mais me chamou a atenção foi o fato de que este Vereador ingressou com um Pedido de Providência para que fossem instalados dois pontos de luz em uma localidade da Zona Rural, tendo em vista que os agricultores da mesma vinham sofrendo tentativas de assaltos - quase que tiveram seus tratores furtados por duas vezes - por falta de uma estrutura que possibilite o mínimo de segurança para o desenvolvimento dos seus trabalhos. Ora, justamente a pessoa que aparece na peça publicitária é a que até hoje espera a implantação do serviço por mim solicitado.

O Pedido de Providência deste Vereador foi apregoado, nesta Casa, no dia 3 de julho de 2001. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, nós fomos informados do passamento do Jornalista Homero Guerreiro, por longos anos Diretor do Jornal do Comércio, figura muito bem quista da sociedade porto-alegrense e, lamentavelmente, nós temos que prantear o seu passamento.

Então, eu gostaria - sei que a Casa, com muita propriedade, prestou uma homenagem póstuma a outro jornalista, Edmundo Soares, cujo desaparecimento também estamos pranteando - que V. Ex.ª submetesse ao Plenário o Requerimento que neste momento eu formulo, no sentido de prestarmos também ao Homero Guerreiro a nossa homenagem com um minuto de silêncio pelo seu passamento.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Será feito um minuto de silêncio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0686/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 011/02, que cria uma Função Gratificada de Vice-Diretor de Escola junto ao Quadro de Magistério Público Municipal.

 

PROC. 0685/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/02, que cria cargo de provimento efetivo no Departamento Municipal de Limpeza Urbana, e dá outras providências.

 

PROC. 0656/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Alice Amorim Buttelli um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 0679/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui o Dia Municipal de Proteção Animal em Porto Alegre.

 

PROC. 0655/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Moroty Baldwin Michel um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2156/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Maria Trindade um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2155/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Diogenes Arruda Câmara um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2912/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Carlos Marighella um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. 2157/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Olga Benario um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2914/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Lênin um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. 0468/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza o estabelecimento de Permissão de Uso à Associação Beneficente Amigos de Belém Novo, de parte da área registrada sob o nº 60353 do Registro de Imóveis da 3ª Zona.

 

PROC. 0271/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza o Executivo Municipal a instalar Centro de Especialidades Médicas no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0002/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/02, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que estabelece normas para a implantação de bicicletários no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0016/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Pedro de Arbues Martins Alvarez.

 

PROC. 0320/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/02, que declara de utilidade pública a Associação de Amigos da Escolinha Comunitária Crianças do Futuro.

 

PROC. 0376/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/02, que revoga a Lei nº 2.953, de 21 de outubro de 1966. (Centro Esotérico Vivekananda)

 

PROC. 0377/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/02, que revoga a Lei nº 5.074, de 29 de dezembro de 1981. (União Estadual dos Funcionários Executivos do Rio Grande do Sul)

 

PROC. 4593/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 116/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Nilza Irulegui Bueno.

 

PROC. 0454/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Senhora Maria Elena Pereira Johannpeter.

 

PROC. 0319/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/02, que declara de utilidade pública a Congregação do Apostolado Católico - Irmãs Palotinas.

 

PROC. 0356/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/02, que altera a redação do art. 3º da Lei 8.686, de 27 de dezembro de 2000, que autoriza a alienação da passagem 07 do Loteamento Chácara Santos Neto aos lindeiros e dá outras providências.

 

PROC. 0378/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/02, que declara de utilidade pública a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa, neste momento, fez um minuto de silêncio pelo falecimento de Homero Guerreiro. Vacaria, a minha terra, perde um dos seus filhos mais ilustres, e eu também apresento meus pêsames à família enlutada.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta de hoje, há vinte e dois novos projetos de lei; trinta e dois estão na Ordem do Dia para serem votados. E eu hoje até posso ter uma satisfação: não há ninguém que possa fazer pedido de alteração da Ordem do Dia. Não há ninguém que possa dizer para votar em primeiro lugar uma moção. Não pode acontecer. Tem que votar o Veto, porque enquanto o Veto não for decidido nada mais será votado nesta Casa. Portanto, hoje é um dia de tranqüilidade para mim.

Claro que tendo vinte e dois processos para serem discutidos eu só posso discutir dois, não vou tentar discutir os vinte e dois. O primeiro: o Prefeito pretende criar uma Função Gratificada de Vice-Diretor de escola junto ao quadro do Magistério Público Municipal. Nada de mais; uma escola que tem dois turnos e passa a ter três turnos, precisa de um Vice-Diretor. Mas alguma coisa tinha que ter faltado, Sr. representante do Prefeito: o custo dessa figura perante a Lei de Responsabilidade Fiscal.

No entanto, o competente Secretário da Fazenda, no segundo Projeto de Lei do Prefeito, que cria um cargo de provimento efetivo no Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências, está criando um cargo de Bibliotecário - é importante, sem dúvida nenhuma - e traz aqui sim o custo, que eu não acredito muito que seja esse, que daria cerca de 900 e poucos reais por mês. Tudo bem, faz de conta que eu acreditei, que não vai ter regime de tempo integral, que ele não vai ter dedicação exclusiva. Talvez tenha até tempo para contar de serviço público, o que acresce mais ao seu salário. Mas mandou.

Por que eu disse que ia discutir apenas esses dois Projetos? Vejam que estão criando um simples cargo de Vice-Diretor e um simples cargo de Bibliotecário. Duas leis. E eu dizia aqui que o DMAE, que aplicou iniquamente, de forma ilegal, um aumento de tarifas, não respeita a lei quando fala na composição tarifária, mão-de-obra, vencimentos e salários; quando fala que as alterações no quadro do trabalho devem ser submetidas ao Conselho Deliberativo.

Fui Diretor do DMAE duas vezes, fui Prefeito e sempre tinha duas Superintendências, e agora tem quatro, e eu não vi passar a lei aqui criando outras duas Superintendências. Não vi. Como eles criaram? Não vi passar de nove para doze divisões, fora os escritórios e serviços que criaram sem ter passado pela Casa do Povo de Porto Alegre. Não vi.

Então, se é para fazer economia para investir mais, não pague tantos cargos em comissão, não crie tantos penduricalhos para colocar os apaniguados. Porque até para a Direção-Geral trocaram, fizeram, exigiram, mostraram, provaram que não deveria obrigatoriamente ser um Engenheiro, de preferência, até, sanitarista: poderia ser qualquer um que tivesse título superior, para poder colocar os petistas, senão não tinha. E tirar aquela gente boa que o DMAE tinha e que sabia fazer com que ele funcionasse apenas com duas Superintendências, com nove divisões, mas fazendo extraordinários serviços. A Organização Mundial de Saúde tirou o chapéu para o DMAE que tínhamos. O DMAE, que tinha o Centro de Estudos e Saneamento Básico que dava aulas no Brasil e que agora não tem mais, mas tem quatro Superintendências, tem doze divisões e muito dinheiro para fazer publicidade, também. Mas tudo à custa do bolso do porto-alegrense. Saúde e paz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, refiro-me também ao Projeto do Executivo que cria a função gratificada de Vice-Diretor. Quando é criada uma nova função de Vice-Diretor, como disse o Ver. João Antonio Dib, é porque a escola ampliou o seu número de alunos e o número de turnos, muitas vezes, de atendimento. A Escola Chico Mendes está atendendo jovens e adultos à noite, é uma escola da Chácara da Fumaça, uma escola que iniciou junto ao Parque Saint-Hilaire, que iniciou com um trabalho todo diferenciado nos ciclos de formação, com uma grande pesquisa sobre a questão da aprendizagem. Essa escola iniciou pequena, tem, no máximo, quatro ou cinco anos, e hoje é uma escola imensa, tem demanda, porque está em uma das regiões mais populosas, que é a Chácara da Fumaça, uma região carente, que tem uma relação muito séria com a violência. Não foram poucas as vezes que a Direção dessa escola me relatou situações de mortes de ex-alunos ou de alunos do terceiro ciclo, essa nossa juventude, infelizmente, colhida pela droga e pela violência desta Cidade.

Fico feliz em saber que estamos aqui, que a Câmara recebe bem a criação dessa FG e também do cargo de Bibliotecário, que é um cargo para o Departamento de Limpeza Urbana. O DMLU constituiu, em 1999, uma biblioteca na sua sede da Azenha, e, tratando com muita seriedade isso, vem propor a criação de um cargo de Bibliotecário. É importante que haja um profissional da área atuando, porque essa biblioteca dispõe-se a atender os funcionários e a comunidade em geral do entorno da Azenha e do DMLU.

Destaco esses dois Projetos relacionados à educação exatamente no dia em que, na rede estadual, um milhão e meio de alunos reinicia suas aulas, e, nas redes municipais de ensino de todo o Estado, outros tantos. As escolas particulares iniciaram na semana passada. A dimensão, o volume de alunos que volta à aula deveria significar, para as nossas políticas e para a sociedade, mais seriedade na discussão da educação. Tenho lido artigos nos jornais que atribuem o fracasso da escola pública ao sistema mais livre, a essa história de não reprovar mais, a essa liberalidade dos ciclos. Tenho lido entendimentos muito complicados na minha opinião.

Estamos, ainda bem, conseguindo entender um pouco mais, Ver. João Carlos Nedel, que me olha com atenção, e que concorda com essas idéias, com as quais discordo frontalmente. As últimas pesquisas da neurociência da educação nos dizem que a escola tradicional, que apostava na repetição, que apostava na memorização temporária, que não apostava na compreensão, no relacionar conceitos, no construir conhecimentos, essa escola tradicional não ensinava. A transformação está acontecendo, estamos em processo de mudança, não para não ensinar mais, não para tornar a escola uma escola fácil; muito pelo contrário, a escola que se dispõe a construir conhecimentos significativos tem muito mais trabalho - está aqui Prof.ª Fátima, da Escola Ildo Meneghetti, nos assistindo - essa escola é também uma escola por ciclos. Hoje, permitir à criança e ao adolescente que sigam a sua aprendizagem na escola traz para a escola uma responsabilidade muito maior, que é não terminar o seu processo, a sua responsabilidade no momento da avaliação, no momento em que calculou a média, determinou a nota e disse “passou” ou “rodou”. Hoje, a escola assume o processo de aprendizagem da criança e, no ano seguinte, na escola coletiva de cada ciclo, cada professor tem a responsabilidade de seguir orientando, investindo na aprendizagem de cada criança. Hoje, as nossas crianças não mais desistem por recebem uma nota, e por ser dada a elas apenas a oportunidade de repetir o ano; hoje, as crianças estão na nossa frente nos desafiando, hoje a sua aprendizagem é significativa, porque diz respeito à vida, porque tem significado, porque os conteúdos são tratados interdisciplinarmente.

Então, uma nova escola está sendo gestada, e, para nossa alegria, gestada na escola pública, que vem problematizar a escola fracassada. Eu tenho a certeza de que esta escola fará desses jovens muito mais capazes, com muito mais condições de construírem conhecimento, de responderem e de construírem uma nova sociedade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. Passo a presidência dos trabalhos à Ver.ª Helena Bonumá.

 

(A Ver.ª Helena Bonumá assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ADELI SELL: Sr.ª Ver.ª Helena Bonumá, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, comento, na Pauta de hoje, um Projeto de minha autoria, que institui o dia 4 de outubro, que é o Dia Mundial dos Animais, como o Dia Municipal, para ser colocado no calendário de eventos do Município como dia de proteção aos animais. Todos sabem que 4 de outubro é o dia de São Francisco, que é mundialmente comemorado. Provavelmente as Sr.as Vereadoras e os Srs. Vereadores, se abriram suas caixas de endereço eletrônico de hoje, devem ter recebido algumas dezenas de e-mails, vindos de várias partes do País e do exterior, dando apoio, dando suporte para um Projeto de Lei de minha autoria, com a parceria, com a co-autoria do Ver. Beto Moesch. O Ver. Beto Moesch e eu estamos em uma grande batalha, tratando da questão dos animais em nossa Cidade, e, no dia 21, nós faremos uma nova reunião aqui sob os auspícios da Comissão de Saúde, sendo que o Ver. Pedro Américo Leal, no ano passado, quando Presidente dessa Comissão, sempre deu sustentação àquelas reuniões e atividades. Eu sei que o nobre Ver. Pedro Américo Leal tem preocupações com as condições em que vivem e com os maus-tratos que recebem os animais em nossa Cidade.

Saliento que, na Ordem do Dia, já está o Projeto de proibição de animais em circos em nossa Cidade. Há um movimento mundial sob o lema: “Circo legal não tem animal”. E assim eu aproveito para que nós demos continuidade a esse processo, fazendo com que Porto Alegre não seja apenas mais um Município que comemora o Dia Mundial dos Animais, mas o dia 4 de outubro seria então o Dia Municipal de Proteção aos Animais, na defesa que estamos fazendo da posse responsável de animais, na nossa posição contra os maus-tratos e pelo seu bem-estar. É uma situação que toca a todas as pessoas, de todas as classes sociais.

No sábado, à tarde, estive na Vila Tronco, e um dos grandes problemas dessa Vila diz respeito à dificuldade de convivência entre humanos e animais, à proliferação de cães e gatos, porque não há uma política mais efetiva de esterilização, apesar de que, no Orçamento deste ano, nós já tenhamos uma pequena verba. Sabemos que, por conta própria e esforço próprio da Equipe de Zoonoses, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, algumas esterilizações estão sendo feitas, além do trabalho de educação que foi feito, há duas semanas, na Vila Restinga, porque lá também há muitos cães soltos, e, como o lixo é recolhido três vezes por semana, quando o pessoal sai pela manhã e coloca o lixo fora, ocorre aquele alvoroço.

Na Vila Tronco, há uma dificuldade de convivência, porque nós temos estábulos de cavalos ao lado de residências, nós temos muitos cães com muitas doenças, com zoonoses, com pulgas, com sarna, convivendo com as crianças. Eu fiz um belo debate - e vejam, é uma vila muito pobre -, e todos foram unânimes, principalmente as mulheres que estavam ali, em fazer um trabalho com a Prefeitura. Estou acionando a equipe de Zoonoses, da Prefeitura para um trabalho nessa área. Assim, eu queria solicitar encarecidamente o apoio das Sr.as Vereadoras e dos Srs. Vereadores para este Projeto de Lei de nossa autoria, que está hoje na Pauta e que espero que não demore nas Comissões. Espero que os pareceres venham rápidos, como foram rápidos os pareceres - e nós os tivemos favoráveis - a esse Projeto que eu mencionei, que tenho em co-autoria com o Ver. Beto Moesch. Também quero comunicar que, na semana passada, tivemos uma boa reunião com a EPTC para tratar da questão dos cavalos maltratados. Na quarta-feira a assessoria do Ver. Beto Moesch, mais este Vereador, junto com a sua assessoria de gabinete, estaremos falando com a Prof.ª Sônia Passos, na Secretaria Municipal de Educação, com a participação do Sr. Vanderlei Capellari, que é o Coordenador-Chefe dos agentes de fiscalização, para que nós possamos fazer uma campanha em todas as escolas do Município de Porto Alegre. Nós sabemos que, para enfrentar essa situação, nós temos que ter a participação das crianças. As crianças são normalmente mais atentas, as crianças normalmente gostam de animais, e nós queremos uma convivência pacífica entre humanos e animais; portanto, nós queremos aqui pedir o seu apoio. Temos segurança de que podemos conseguir isto, para que nós não sejamos manchados, como foi manchado recentemente o Rio Grande do Sul, com a triste notícia das rinhas de galo na Cidade de Segredo. O jornal que publicou a notícia recebeu dezenas de cartas de repúdio, não ao jornal - pelo contrário, o jornal recebeu muitos elogios -; quem recebeu repúdio foram os Vereadores e o Prefeito da Cidade de Segredo, cidade que infelizmente manchou o nosso Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há três Projetos especiais em Pauta. O primeiro, criando o Cargo de Vice-Diretor de uma escola, a Escola Chico Mendes. O Prefeito alega que essa função é importante, porque o colégio tem aproximadamente um mil e cem alunos, funciona em três turnos, e esse projeto merece o acompanhamento de perto dos Srs. Vereadores. Nada contra; pelo contrário, o Prefeito que não gasta os 30% em educação precisa investir na educação da comunidade. Então, esperamos que essa admissão, para aperfeiçoar os trabalhos da Escola Municipal Chico Mendes, venha, justamente, a atender aos reclamos dos estudantes daquela escola. O Ver. João Antonio Dib tem razão em reclamar que, no processo, não se encontra a declaração do quanto será a repercussão orçamentária do gasto com essa admissão - essa é uma obrigatoriedade da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas o nosso “embaixador”, Sr. Wilson, já me prometeu que amanhã estará apenso ao processo o documento que regulariza essa admissão.

Também há o processo pedindo a admissão de um bibliotecário para o DMLU. Em princípio relutei: “Qual é a necessidade imperiosa de um bibliotecário para o DMLU?” Mas fui informado de que o lixo é um grande problema em Porto Alegre e até no mundo, e que uma produção cultural vastíssima vem diariamente, é produzida diariamente. E Porto Alegre está preocupada com isso. Então, até concordo com essa admissão. Se esse bibliotecário ajudar, Sr. Tavares, a que o DMLU resolva o problema do lixo do Jardim do Salso exposto no Fórum do Abandono daquela comunidade, que se sente abandonada pelo Executivo Municipal, se isso colaborar, eu estou de acordo: vamos admitir um bibliotecário. Esperamos que o Sr. Prefeito Municipal dê atenção à comunidade abandonada do Jardim do Salso e resolva os problemas sérios de lixo naquele local.

O terceiro Projeto é de autoria do Ver. Adeli Sell que disse, quando me antecedeu na tribuna, que o Projeto é seu com a parceria do Ver. Beto Moesch. Lamentavelmente, o Vereador não se encontra no momento, pois eu gostaria que ele me explicasse por que não existe a assinatura do Ver. Beto Moesch no Projeto se o mesmo foi feito em parceria. Acho muito importante proteger os animais no Dia Mundial dos Animais, como é importante, também, que haja o Dia Municipal de Proteção Animal em Porto Alegre. É muito importante, porque os animais estão sendo maltratados, e isso não pode acontecer. Quem maltrata os animais também maltrata as pessoas, as crianças. Mas eu estou, sinceramente, preocupado em primeiro lugar com as crianças de Porto Alegre, pois, neste ano, o Sr. Prefeito não colocou verba orçamentária para a abertura de duzentas e oitenta novas vagas para os menores abandonados em Porto Alegre.

Esperamos que os animais sejam protegidos, mas esperamos que as crianças e as pessoas também sejam protegidas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.ª Presidenta em exercício, Ver.ª Helena Bonumá, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu solicitei tempo de Liderança porque, logo em seguida, estarei fazendo aquilo que já tinha dito publicamente, ratificar aquilo que tinha dito publicamente, porque nós vamos ao Poder Judiciário, logo em seguida, buscar a prestação jurisdicional para tentar coibir o aumento da água e do esgoto da cidade de Porto Alegre, que foi decretado, de forma abusiva, pelo Sr. Prefeito Municipal.

A nossa Comissão – e adentra, neste momento, ao Plenário o Ver. João Antonio Dib – fez um apelo coletivo ao Sr. Prefeito, ao Sr. Diretor do DMAE, Dr. Carlos Todeschini, porque uma matéria dessa envergadura não poderia ser decretada sem a discussão com a população.

O Governo, que fala em participação popular, é o Governo que gasta um milhão no Fórum Social sem passar pelo Orçamento Participativo; O Governo, que fala em participação popular, é o mesmo governo que quer aumentar o IPTU sem passar pelo Orçamento Participativo e sem passar pela Câmara; o Governo Popular, que fala em participação popular, é o Governo que aumenta a água em 18% acima da inflação sem passar pelo OP e sem passar pela Câmara. Esse é o Governo da Frente Popular que, na verdade, é um governo que tem discurso popular, mas tem uma prática extremamente conservadora!

Então, nós não gostaríamos de discutir essa matéria na Justiça, até porque tem alguns Vereadores que dizem que o gabinete do Ver. Sebastião Melo virou agora um escritório de advocacia. Eu quero dizer que nós vamos continuar peticionando ao Judiciário tantas vezes quantas forem necessárias se este Legislativo for desrespeitado, e ele, por si só, não tomar providências.

O meu querido amigo Macedo, figura das mais respeitadas do jornalismo, hoje diz o seguinte: “Olha, a Câmara podia tomar posição, alguns Vereadores foram ao Ministério Público”. Que bom que a Câmara tome posição. É tudo o que nós queremos. Agora, isso não deslegitima um, dois, três, quatro, cinco, seis Vereadores fazer aquilo que o povo delegou, que é fiscalizar os atos do Executivo.

Então, nós vamos, sim, ao Judiciário, por intermédio do mandado de segurança, que entendemos ser o remédio cabível, respaldado pelo Código de Defesa do Consumidor, que, individualmente, pode defender interesses coletivos. E somos legítimos porque somos consumidores, e o remédio jurídico é aquele que o Código estabelece. O contribuinte escolhe o remédio que ele quer utilizar e nós escolhemos o remédio: o mandado de segurança. Mas eu vou mais, Ver. João Antonio Dib, já passei às mãos de V. Ex.ª, porque V. Ex.ª tem know-how, pois em 1995 V. Ex.ª foi o autor de um decreto legislativo, e devemos deixar que V. Ex.ª conduza as modificações que se tem de fazer. Esta Casa tem que entrar com um decreto legislativo e pedir urgência urgentíssima para que, no seu conjunto, se pronuncie. Se o ato do Sr. Prefeito é ilegal, o Poder Legislativo tem obrigação de desconstituí-lo, e isso se faz através de um decreto legislativo. Ver. João Antonio Dib, esperamos que possamos protocolá-lo ainda na data de hoje. A contribuição que eu podia dar, já dei, já passei às mãos de V. Ex.ª para que possamos, de forma coletiva com as lideranças de bancada, construir esse decreto legislativo. O Poder Legislativo é um estuário da vontade popular e plural, porque todas as forças populares estão aqui representadas, aqui estão as minorias, aqui estão as diferenças. Este Poder tem de se afirmar na defesa da cidadania, foi para isso que fomos eleitos, foi para isso que o povo de Porto Alegre delegou a esta Casa uma maioria de oposição, num esgotamento do atual modelo, que é o modelo conservador. O povo de Porto Alegre deu a continuidade ao Executivo; aliás, temos um Prefeito que não tem mais gosto pelo Governo Municipal, um Prefeito que não despacha mais no Paço Municipal, um Prefeito que vive no interior ou na Grande Porto Alegre, e não sei nem como ele assinou esse aumento da água, deve ter assinado em alguma cidade fora de Porto Alegre, porque ele não tem mais gosto pelo exercício da Prefeitura. Ele fez e está fazendo da Prefeitura um trampolim para ganhar as prévias eleitorais, para tentar chegar ao Governo do Estado.

Por isso nós estamos saindo neste momento, indo ao Judiciário peticionar, distribuir a ação para que o Judiciário se manifeste. Esperamos que possamos distribuir tão rápido quanto possível, Ver. João Antonio Dib, esse decreto legislativo, para que, coletivamente, possamos discutir com esta Casa e com a sociedade. Nós temos absoluta certeza de que estamos fazendo isso inarredavelmente na defesa da cidadania. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, em 1.ª Sessão de Pauta há diversos projetos, mas um que me chamou especial atenção foi o Projeto do Ver. Adeli Sell, que, conforme o Ver. João Carlos Nedel, também foi subscrito pelo Ver. Beto Moesch.

No nosso entender, o Ver. Adeli Sell, com muita propriedade, institui o Dia Municipal da Proteção Animal em Porto Alegre. Nós, que somos oriundos do interior e criados lá, temos bastante autoridade para defender este Projeto do Ver. Adeli Sell, porque o animal, principalmente o cavalo e o cachorro, representam muito para milhares de pessoas do interior do Estado. Digo isso, porque até os meus 16 anos, a tração animal representou muito para mim e para meus quatro irmãos. Todo o deslocamento era feito com tração animal, além de muitos trabalhos na lavoura. Tristemente, hoje, assistimos em Porto Alegre a forma como alguns carroceiros tratam seus animais. Na semana passada, este Vereador, na saída aqui da Câmara, próximo ao Campo do Grêmio Futebol Porto-Alegrense, eu tive a oportunidade de conversar com os carroceiros. Eram três. Conversei sobre a forma brutal como eles estavam tratando o cavalo. O cavalo simplesmente não tinha mais nem condições de puxar a carroça, pelo peso, e os três dando pau no animal, um sentado na carroça e os outros dois, um de cada lado, dando pau no animal! Eu parei e perguntei a eles: “Olhem o que vocês estão fazendo com esse animal, se vocês recebessem uma paulada, como vocês estão dando nesse animal, vocês não sentiriam dores? E um deles ainda me retrucou fortemente, inclusive me desafiando. Procurei uma viatura, fui encontrar no fim da linha do Teresópolis, expliquei o problema a dois policiais da Brigada - e fui otimamente atendido por eles -, e eles se deslocaram rapidamente para averiguar a denúncia que eu estava fazendo naquele momento. E tenho certeza que aqueles dois policiais tomaram alguma providência. Qual, eu não sei.

Portanto, Sr.ª Presidenta, finalizo parabenizando o Ver. Adeli Sell e o Ver. Beto Moesch por esta brilhante iniciativa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Em nome da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores e de Vereadoras desejo salientar mais uma vez que hoje abriu nesta Casa, com a presença do nosso Presidente, a Feira de Geração de Renda de Mulheres onde várias grupos de geração de renda de mulheres da nossa Cidade estão expondo seus trabalhos. Com essa atividade nós damos início à Semana da Mulher em que teremos várias atividades promovidas por esta Casa durante a semana. Na quinta-feira nós teremos a Sessão Solene da Câmara de Vereadores, amanhã haverá um debate com as Comissões de Direitos Humanos, Educação e a CUTHAB, e na sexta-feira uma promoção para as funcionárias da Casa.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, há poucos minutos me era perguntado se eu realmente acreditava que um decreto-legislativo sustaria o ímpio e ilegal decreto do Prefeito, majorando as tarifas d’água. É claro que a pergunta não dizia ímpio e ilegal; eu é que digo. Eu não tenho nenhuma dúvida: eu já estou elaborando uma redação para que se faça o decreto legislativo e estou aproveitando os dados que me foram fornecidos pelo Ver. Sebastião Melo; estou usando a experiência que adquiri ao longo dos anos nesta Casa. Esta Casa já emitiu um decreto legislativo, anulou um ato do Secretário dos Transportes e um decreto do Prefeito, fazendo com que ele trouxesse a esta Casa uma lei: o passe livre dos ônibus, que é uma coisa que é dada, porque é fácil dar o que não é seu; era decreto, era ato e tornou-se lei.

Eu tenho a mesma tranqüilidade de quem pediu advertência a S. Ex.ª o Sr. Prefeito Olívio Dutra, porque cobrou as tarifas acima do IGPM, e eu vi a Casa aprovar, com votos do PT também, a advertência ao Sr. Olívio Dutra, que voltou atrás no acréscimo das tarifas de água e esgoto desta Cidade. Tenho a mesma tranqüilidade de quem fez ser advertido o Prefeito Tarso Genro por não respeitar o tempo que ele tem para responder os pedidos de informação. Eu vou encaminhar outro pedido nesse sentido, porque tenho um Pedido de Informação com duzentos dias de atraso. Eu tenho a mesma tranqüilidade de quem entrou no Ministério Público com as cartas-contratos, viu ser aceita a denúncia; viu o Tribunal, por unanimidade, aceitar a denúncia, e o Prefeito Raul Pont está sendo julgado. Eu também vou encaminhar processo idêntico - já está pronto -, vou encaminhar ao Ministério Público, em relação às cartas-contratos que, no ano passado, eu pedi que não fizessem e foram feitas.

Então, essa tranqüilidade eu tenho! Não tem por que fazer o aumento das tarifas que foi feito. Um Departamento que funcionou sempre com duas Superintendências. Na segunda vez que fui Diretor do Departamento, porque entendi que um funcionário foi injustiçado e era Superintendente Administrativo, como Diretor-Geral, eu acumulei a Superintendência Administrativa, e o DMAE funcionou muito bem. Não há por que ter quatro Superintendentes. Sou um homem que dirigiu o DMAE duas vezes com nove divisões; na segunda vez tinha nove divisões, agora tem doze. Não cresceu mais nada, não tem mais nada! Nós tínhamos 97% da população abastecida e continuamos tendo 97% da população abastecida. Mas não gastávamos, como diz o Diretor, num documento que entregou a todos os Vereadores, 63% com pessoal. Não terceirizávamos a mão-de-obra da forma que é feita. Não vi acontecer um vazamento numa adutora, como aconteceu, aqui, na José de Alencar, há alguns anos, em 96 ou 97, e levaram quatro dias para consertar, e eu não tinha quatro Superintendências, eu tinha duas. Eu não vi acontecer como em novembro de 1985, quando em uma mesma tarde, rompeu a adutora do Partenon, a adutora da Sertório e queimou a Estação de Bombeamento de Água para a Moinhos de Ventos e São João e nós resolvemos em algumas horas o problema. Eu não tinha essa estrutura, esse organograma cheio de CCs que não sabem o que fazer. Eu não me preocupava em trazer mais gente para o DMAE. Todas as duas vezes que fui Diretor-Geral, utilizei aqueles que estavam nos cargos que estavam, porque, se lá estavam, tinham competência. Eu vi aberrações acontecerem no DMAE e devem custar mais caro. Mas, se quando se fundou a autarquia, precisava-se de 25% de investimento para comprar também hidrômetros. Isso não mais acontece. Naquele tempo, nós tínhamos 60% da Cidade abastecida, hoje tem 97% e fomos nós que fizemos. Não se iludam os que nos ouvem, os que ouvem o Diretor do DMAE, que as coisas aconteceram agora. Não, nós tivemos, há muitos anos, 97% da população abastecida sem ter que exorbitar no aumento das tarifas de água e esgoto. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós presenciamos, durante a semana que passou e hoje novamente - quero falar em especial ao público do Canal 16 –, sobre os projetos e as tarifas que envolvem o DMAE.

A Câmara de Vereadores aprovou lei que define que o Conselho Deliberativo estabelece o preço da tarifa, e a tarifa deve ser o custo básico da água.

Nós, hoje, estamos com quinhentas e quarenta e uma mil economias beneficiadas por água. No passado, éramos trezentas e setenta e seis mil. Estou falando em números redondos. Há investimentos no DMAE para manter a água e o esgoto.

No ano passado, esta Casa, majoritariamente - eu acho que nem houve exceção -, lutou contra o famigerado Projeto n.º 4.147, que é um projeto que visa privatizar o serviço de água e esgoto. Esta Casa, inclusive, deu uma resposta, a partir de uma emenda à Lei Orgânica feita pelos Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores, assinada também por vários líderes de vários partidos, em que determinou que a água, aqui em Porto Alegre, só pode ser prestada por um órgão público, por uma instituição pública. Isso porque há um entendimento de que a água é um bem social.

Estou falando disso para fazer uma correlação com a discussão da tarifa do DMAE. Vejam que um dos elementos que foi usado nacionalmente para a privatização do serviço de água e esgoto foi a incapacidade dos órgãos públicos, as autarquias estatais, para prestarem o serviço, porque, de fato, o Brasil é carente de serviço de coleta e tratamento de água e esgoto, que tem a ver com saúde. Até dizem que para cada um dólar investido em água e esgoto se economizam 50 dólares em saúde, confirma-me aqui o Ver. Aldacir Oliboni. Essa luta, Ver. Aldacir Oliboni, que estão fazendo alguns Vereadores aqui em cima do tarifaço, esquecendo-se que o recurso que foi reajustado, envolve 0,16 reais, ou seja, 16 centavos por metro cúbico de água e que 60 centavos para a tarifa social que envolve 10% da população. Eu fico a imaginar que essa lei que visa restabelecer a capacidade de investimento de 25% para o DMAE não é uma forma de enfraquecimento da nossa autarquia, porque o que se está buscando aqui nesse realinhamento, que envolve 1999, 2000 e 2001, para atender a lei que determina que 25% do custo da tarifa deve ser voltada para o investimento, me parece que isso é um enfraquecimento para o DMAE. Não estará por aí uma idéia de privatização também? Não será que está por aí uma maneira de enfraquecer essa autarquia? Porque os dados técnicos estão aqui, os estudos foram feitos, e aí o Ver. Sebastião Melo levanta a ilegalidade e a injustiça. Mas ilegalidade e injustiça em um país que é governado pelo partido ao qual ele dá sustentação? Em Porto Alegre, nós temos 27% de água e esgoto tratados; 99,5% das pessoas recebem água potável; 27%, coleta e tratamento de esgoto. Vai para 42,40% na Estação de Tratamento São João, quando estiver funcionando a pleno. E com o projeto da ponta da cadeia, que o Ver. Sebastião Melo também ataca, estranhamente, porque ele, inclusive, foi o relator em defesa da água municipalizada, contra a privatização proposta pelo Projeto de Lei do Executivo Federal, do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que queria propor a privatização, ou o encaminhamento para isso, pelo Projeto de Lei n.º 4.147. Ele também está contra essas medidas do projeto da ponta da cadeia. E ele sabe que isso significa a ampliação do tratamento da água e esgoto para 70%. Falou-se muito em gastos. Eu quero falar em alguns casos aqui. COPASA, governo do PMDB, Governador Itamar Franco. Realinhamento: Joaquim Roriz, 17%, Brasília. Governo do Paraná: 16%.

Estou aqui procurando informar à comunidade de Porto Alegre, que o realinhamento das tarifas de água e esgoto em Porto Alegre são legais e necessárias, para manter a sanidade do departamento e os investimentos no tratamento de água e esgoto em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

 O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, nós fizemos um Requerimento à Mesa, na semana passada, solicitando que a Mesa, depois de consultada a Procuradoria desta Casa, pudesse entrar com uma Ação Declaratória, para que o Judiciário informasse a nossa comunidade, se esse custo da água deveria ser cobrado através de taxa ou de tarifa do preço público. Porque acredito que isso é vital para que venhamos, sem nenhuma sombra de dúvidas, exigir que o Executivo, no momento em que vai aumentar o preço da água, mande para esta Casa um projeto de lei para ser analisado, e, se for o caso, defender os interesses da comunidade. O que não podemos perder de vista é que fizemos algumas legislações aqui, entre elas as Leis Complementares n.ºs 170, 180, 250 e os Vereadores – estou-me incluindo nessa falha – fizeram uma legislação que diz que o custo da água deve ser cobrado por tarifa, que isso é preço público. E se está escrito na legislação que é tarifa, acabamos, de alguma forma, consentindo através da legislação que o Administrador Municipal pudesse, através de um decreto, fazer o aumento do custo da água. Acho que esta Casa tem responsabilidade com isso, por isso que é importante a resposta que foi dada pela Procuradoria, que informa que vai depender da Mesa de entrar ou não com essa ação, mas deixa claro que seria necessário que mexêssemos na legislação existente dentro do Município. Andamos preparando uma alteração com relação a essas leis complementares para que possamos realmente começar a chamar o custo da água de taxa. O que vamos cobrar pela água tem que ser através de taxa, e não de tarifa.

O meu amigo Ver. Sebastião Melo entra com um projeto de decreto legislativo para anular a ação do Executivo que aumentou o preço da água através de decreto. Acredito eu que, muito embora tenha ouvido do meu querido amigo Ver. João Dib que ele não tem dúvida nenhuma a respeito do poder do projeto de decreto legislativo, tenho realmente as minhas dúvidas que esta não seja uma discussão tão simples, mas que se vai arrastar durante muito tempo e que não tenhamos ainda, tão de imediato, a sustação neste Decreto que foi assinado pelo Executivo. Acredito que o melhor é votarmos aqui uma alteração na legislação que nós temos no Município. Temos de fazer uma discussão aqui, neste Plenário, e essa discussão deve culminar com a mudança das leis complementares, pelo menos naquilo que diz respeito ao que foi aprovado por esta Casa, admitindo que o custo da água pudesse ser cobrado por meio de tarifa, por meio de preço público. A grande diferença para o público que, às vezes, fica ouvindo os debates no Plenário da Câmara Municipal, ou através do Canal 16, é que a taxa, como é um tributo, exige os princípios tributários, que é o da anterioridade, o da lei, para poder aprovar, para poder mexer nos seus custos, enquanto que o preço público, como não é tributo, pode ser mexido por meio de um simples decreto.

Por isso precisamos mexer na legislação. Sem mexer a legislação, tudo o mais que se fizer é praticamente perfumaria. Se nós conseguirmos alterar essa legislação e mudar essa cobrança da água para taxa e não para tarifa, que é uma diferença vital, eu acredito que vamos resolver definitivamente esse problema. Não resolver apenas para agora, mas resolver para sempre, a fim de que, no Município de Porto Alegre, não mais se aumente o preço da água, a não ser por meio de legislação, por intermédio de projeto enviado a esta Casa e votado por todos os Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr.ª Presidenta e Srs. Vereadores, no dia 20 de fevereiro, eu ingressei com um Pedido de Informações querendo saber o motivo da paralisação das obras de restauração do Paço Municipal, que tinha previsão de término para o dia 24 de outubro de 2001, havia outras perguntas que se relacionavam com isso e fotografei a placa que informava essa situação. Início da obra: 1.º de agosto de 2000; término da obra: 24 de outubro de 2001, portanto, no ano passado.

Este Vereador tem uma relação de respeito, uma relação que eu diria até fraterna com os seus colegas do Partido dos Trabalhadores, especialmente com o colégio de Líderes dessa Bancada, e se surpreendeu que não recebeu nem contestação e nenhuma informação. É óbvio que não faz parte da Bancada do PT dar explicações, não é obrigação, não faz parte de uma relação de natureza obrigacional, absolutamente; é uma questão apenas de cortesia e de fraternidade que se estabelece na relação do convívio diário, é o respeito fraterno entre as diversas bancadas aqui nesta Casa, embora muitas vezes tenhamos divergências que se estabelecem num plano de respeito. Este Vereador nenhuma resposta recebeu, poderiam os Vereadores da bancada petista dizer a este Vereador: “Ora, Vereador, V. Ex.ª ingressou com um Pedido de Informações e, no momento do prazo legal que tem o Sr. Prefeito, V. Ex.ª receberá as devidas informações sobre esse assunto que V. Ex.ª questionou da tribuna desta Casa e por intermédio de um Pedido de Informações onde constava o início da obra em 1.º de agosto de 2000 e o término da obra em 24 de outubro de 2001.” No sábado, pela tarde, passeando no Mercado Público, fui surpreendido pela informação de que já havia uma nova previsão de término da obra, a data de 24 de outubro de 2001, Ver. Marcelo Danéris, foi substituído pela data de 24 de outubro de 2002. Só posso acreditar que o Governo não informou ao colégio de Líderes desta Casa da bancada situacionista, governista e petista, porque senão eles teriam me comunicado: “Ora, Ver. Isaac Ainhorn, quanto à denúncia, ao questionamento que V. Ex.ª fez daquela placa que está lá no Paço Municipal, a qual refere à data de 24 de outubro de 2001 como a data aprazada para a entrega das obras do Paço Municipal, houve problemas no caixa da Prefeitura ou com a imprensa, sei lá a razão, mas há uma previsão de término da obra para a data de 24 de outubro de 2002.” Não é correto, Ver.ª Helena Bonumá, V. Ex.ª, que é uma parlamentar de grande sensibilidade, esse tipo de procedimento de não informar os Vereadores. Daí eu tomo conhecimento de que a nova data é 2002. Pintaram em cima do 2001 e colocaram 2002, e eu não recebi sequer uma ligação também do Secretário de Obras, o nosso fraterno e sempre Vereador Guilherme Barbosa, com quem este Vereador tem boas relações, inclusive eu o visito, e muito me honra ter audiências com esse Vereador, e ele não informa para dizer: “Ora, Vereador, quanto ao questionamento que V. Ex.ª fez “ - isso é comum na vida parlamentar - “nós tivemos um atraso e estamos lá colocando a nova data; na data de 24 de outubro de 2001, nós pintamos em cima e colocamos a data de 24 de outubro de 2002”. Este Vereador passou a ter conhecimento pela placa. Eu não quero imaginar que o Secretário de Obras queria induzir em erro a população, dizendo: “Não, não é 2001, o Vereador leu mal, é 2002”. Mas este Vereador está como o célebre e antigo Deputado Juruna que gravava as conversas, porque tinha de ter a conferência das opiniões, como fazia com os políticos. Este Vereador tem aqui a foto, é em 2001 que tinham de entregar e não entregaram! E vão lá, pintam e colocam, simplesmente, “2002”, e não dão explicação nenhuma!

Agradeço pela tolerância da Ver.ª Helena Bonumá que preside os trabalhos nesta oportunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. Há uma placa ali nas galerias que diz: “Sem recursos, sem assistência médica.” E aí, de outro lado, as pessoas chegam para falar da pista de eventos, e aí o Colégio Santo Inácio não quer, mas o Bairro Humaitá quer. Os campos de futebol vão desaparecer, então, forma-se Comissão Externa para examinar o assunto da pista de eventos, mas tudo isso sobre a pista de eventos depois que terminou o carnaval. Daqui a uns dias, parece-me, pelo jeito que estou vendo... Está parecido com o ano passado, e o carnaval, no ano que vem, poderá voltar a ser, de novo, aqui próximo à Câmara Municipal.

Há um recorte aqui que diz o seguinte: “Assisto todos os dias a mais ou menos vinte crianças se drogando, sendo marginalizadas na minha frente.” É o taxista Alcindo Rosbach Rocha. Mas, a exemplo do Sr. Alcindo, milhares de pessoas sabem que existem meninos e meninas de rua. Todos nós sabemos que existem meninos e meninas morando embaixo das pontes de Porto Alegre. A Prefeitura Municipal também sabe, todos nós sabemos, mas quando é que nós vamos tomar uma providência realmente certa, definitiva a respeito disso?

A respeito da CPI do DEMHAB: uma não deu nada a outra já não tinha dado, se pede uma outra CPI agora. Eu entendia a política de uma outra maneira. Se é preciso apurar onde há possibilidade de haver irregularidades na política habitacional, por que não se unem oposição, bancada de situação e todos? Ou esse é o trabalho do Vereador? Eu não consigo, eu, sinceramente, gostaria de falar sobre projetos, mas os projetos que são apresentados e votados nesta Casa recebem, na maioria, veto do Executivo. Eu não estou dizendo que isso é porque o Executivo agora é do PT, eu acho que em todos os governos é assim. A bancada de situação busca um trabalho e a oposição busca outro trabalho. Mas quando é que nós vamos nos unir para realmente fazer uma política social? Esses processos são aprovados aqui, enviados para a Prefeitura, retornam para esta Casa e nós tomamos conhecimento desses vetos. E daí? Eu pergunto: e daí? O que é que eu devo fazer diante desses fatos? De que adianta existir o Legislativo, se, com o poder do veto todo o trabalho desenvolvido na Casa volta vetado pelo Executivo? Como eu estou principiando agora na política, eu estou tendo dificuldade para responder às pessoas que votaram em mim e me deram esta cadeira aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre.

 No ano passado eu apresentei uma série de emendas ao Orçamento deste exercício visando a fundos, a pedido do Juiz da Infância e da Adolescência. Não era eu que estava pedindo, era o Juiz da Infância e da Adolescência para que nós pudéssemos movimentar projetos reais para a retirada dos meninos de rua! Eu não consegui absolutamente nada! Agora eu vejo os meus amigos Vereadores vindo a esta tribuna e, no uso da palavra, afirmam, categoricamente, que precisam fazer alguma coisa pela infância abandonada! Mas, então, por que nós não fazemos? Eu confesso que eu estou começando tudo de novo! Mas gostaria muito que esta Casa me orientasse para que eu não perdesse mais tempo e não passasse meu tempo como um bobo. De nada adianta o trabalho do Legislativo se o Executivo breca através de vetos os projetos enviados pela Câmara Municipal. Estou observando a movimentação desta Casa Legislativa. Se alguém puder me esclarecer a respeito de projetos encaminhados, eu ficaria muito satisfeito. Porque o mínimo que eu gostaria de fazer seria dar satisfação àqueles que, através do voto, me deram uma cadeira de Vereador. No ano passado apresentei inúmeros projetos, uns aprovados, outros não. Mas todos, sim - todos -, vetados pelo Prefeito Municipal. Repito: não estou dizendo que o Prefeito é do PT! Ele poderia ser de qualquer outro partido, a política é assim! Mas é isso a política? É dessa a maneira que nós, políticos, estamos dispostos a trabalhar pela coletividade e pelo povo? Eu não entendo a política! Isso não é uma demagogia. É que eu estou aprendendo e gostaria que os senhores me ensinassem. Mas me parece que esse não é o caminho. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores; todas as pessoas que nos assistem aqui e também nas suas casas pela TV Câmara. Em primeiro lugar eu gostaria de iniciar esta Comunicação de Líder do PC do B cumprimentado todas as companheiras funcionárias, Vereadoras, assistentes, pela semana que é dedicada a vocês e que deve ser uma semana que sirva para o debate, para a discussão da problemática da mulher, da discriminação, da exclusão da mulher nesta sociedade machista em que vivemos; e que todo esse debate, toda essa discussão não sejam meros festejos e “Vivas” às mulheres, mas sirvam para que a luta de vocês pela verdadeira igualdade, pelo espaço que vocês vêm conquistando - enfrentando tantas dificuldades - que seja realmente atingido e as mulheres tenham tudo aquilo que merecem, que fazem jus.

Em segundo lugar, gostaria de me referir a um tema que a imprensa aborda, no dia de hoje, através das páginas do jornal O Sul: trata-se da polêmica sobre a abertura do comércio aos domingos. Pode parecer que o tema já foi superado por esta Casa, que numa decisão inspirada, por 24 votos a 6, que decidiu sepultar tentativa de impor mais este sacrifício à categoria comerciária, especialmente à mulher comerciária. O trabalho aos domingos, no comércio, em uma categoria onde a imensa maioria é formada de mulheres, significaria uma dupla jornada, também, nos finais de semana e domingos. Mulheres que o único dia que dispõe para estar com a sua família é, exatamente, aos domingos; pois nos sábados elas trabalham nas inúmeras atividades que tem a característica de ser função do trabalho feminino. O interessante é que os argumentos que trazíamos à esta Casa, hoje, os empresários reconhecem. O que nós dizíamos? Em primeiro lugar, que isso significaria a retirada do direito do descanso da mulher; do trabalhador comerciário. Em segundo lugar, que não aumentaria as vendas. Pois as vendas não dependem do número de horas que as lojas ficam abertas, mas dependem, unicamente, do dinheiro que o povo tem no bolso. E esse dinheiro é cada vez menor! Os dados estatísticos estão mostrando que de dezembro do ano retrasado, para dezembro do ano passado, a média dos salários dos assalariados diminuiu 8,9% e o desemprego cresceu. Portanto, o dinheiro diminuiu e, evidentemente, vejam as compras diminuíram. Nós dizíamos, Ver. Isaac Ainhorn - que parece que é defensor do trabalho aos domingos dos trabalhadores - que quem se beneficiava eram unicamente os grandes empresários.

Hoje, está aqui no jornal, vejam o que diz o Presidente da AGAS, Associação Gaúcha de Supermercados, que são os únicos que assinaram um acordo para abrir em alguns aos domingos. Diz ele: “A abertura dos supermercados aos domingos é apenas um paliativo, saudada somente pelas grandes redes, representando 10% dos estabelecimentos da Capital e que contam com maior poder de atração”. Continua o Presidente da AGAS, Sr. João Calos Oliveira, insuspeito - não é o representante do Partido Comunista que está falando, é o representante dos empresários - observem o que ele diz: “O que os grandes vendem no domingo, o consumidor deixa de comprar dos pequenos na segunda-feira.” Nós dizíamos que, naquele momento, que quem tem vantagem nesse sistema são os shopping centers, porque quem vai comprar no domingo, não vai comprar na Azenha, não vai comprar na Assis Brasil, não vai comprar no comércio de rua do Centro; ele vai para o shopping center e o que ele compra no domingo, lá, Ver. Juarez Pinheiro, deixa de comprar na segunda, no bairro, deixa de comprar, na segunda no Centro e vai concentrar as vendas cada vez mais nas mãos de um punhado de empresas. Outra coisa que nós dizíamos: o que alguns empresários querem não é aumentar os empregos; eles querem é que aquela gratificação de míseros 26 reais que a comerciária, que o comerciário têm deixe de ser dada. Eles querem é que o comerciário e a comerciária trabalhem no domingo, no feriado, no dia santo sem pagarem nada; e, novamente está comprovado aqui, no jornal! Hoje, eles confessam! Escutem o que diz o Sr. Marconato, Presidente do SINDILOJAS. “A maior conquista – deles, não dos trabalhadores – que poderia existir seria a liberdade para os comerciantes decidirem sobre a jornada de trabalho.” Eles acham que a jornada de 44 horas é pouco, eles querem voltar para o século passado ou antepassado, melhor dito, quando o trabalhador trabalhava 16 horas, 18 horas, não tinham fim-de-semana! Eu quero registrar que aquilo que, sabiamente, esta Câmara votou hoje, passado um ano, os próprios empresários reconhecem, ou confessam. É bom dizer isso, porque a qualquer momento, novamente, um projeto com esse teor neoliberal - e concluo, minha Presidenta - pode retornar; porque hoje querem acabar até com a CLT; está lá no Congresso um projeto para acabar com a CLT; e o próximo passo, se os trabalhadores não protestarem, vai ser revogar a Lei Áurea neste País! Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, o Tribunal Superior Eleitoral, respondendo a uma consulta feita por partidos políticos, em especial o PDT, firmou interpretação - e é uma resolução do Superior Tribunal Eleitoral -, no sentido de estabelecer o que vulgarmente tem-se colocado: a verticalização das alianças políticas no País. Significa dizer que o partido que fizer aliança com determinado partido, nos Estados da Federação, esta aliança poderá se reproduzir e, evidentemente, um outro partido será proibido. Há movimentações em diferentes agremiações políticas no sentido de se buscar o Supremo Tribunal Federal alterando esta Resolução. Ela tem repercussão muito grande, ela desarranja, por assim dizer, uma série de projetos políticos, diferentes alianças que estavam sendo já montadas.

Mas o que é estranho, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que uma alteração dessa profundidade, ela normatiza, ela é normatizadora, porque é uma Resolução do Superior Tribunal Eleitoral, o que é estranho é não se observar um princípio comum no Direito Eleitoral, como também há vários princípios comuns em outros ramos do Direito, por exemplo, Direito Fiscal, Direito Tributário, Direito Financeiro, a questão da anualidade. O Direito Eleitoral, como princípio, tem aquele período prévio de que toda e qualquer alteração deve ser estabelecida anteriormente, ou seja, um ano antes da eleição. Para a surpresa de grande parte dos partidos políticos, fez-se essa alteração com profundidade. Isso aí altera indiscutivelmente o panorama político brasileiro, inquestionavelmente, já mais ou menos com pesquisas colocadas ao conhecimento da opinião pública.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós queremos criticar a decisão, porque, em nossa opinião, o princípio prévio é uma garantia assegurada na própria Constituição, onde as relações devem ser estabelecidas de forma a não se alterar o jogo. Vamos usar aqui, vejo que o Ver. Haroldo de Souza me acompanha, uma terminologia que o Vereador conhece muito bem, é um locutor famoso e festejado, aquela que diz que não se mudam as regras do jogo depois de iniciado. Apitou, saiu o jogo, não se pode mudar as regras do jogo. De certa forma, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estão mudadas as regras do jogo. Isso tem e terá repercussão muito grande, porque desarranja projetos políticos em andamento, inclusive de envergadura presidencial, porque, quer queiramos ou não, a Federação Brasileira, os partidos políticos, de um modo geral, têm conotação regional. Aliás, nós tivemos partidos regionais, o partido republicano rio-grandense, partido republicano paulista e tantos outros partidos. É da natureza dos partidos políticos a regionalidade. Têm partidos políticos que num Estado tem melhor desempenho, uma perspectiva política mais no campo da esquerda ou da direita e em outros estados é diferente. Então, há essa conotação.

Encerramos, Sr.ª Presidenta, dizendo que nós criticamos a medida, porque ela fere o princípio do prévio conhecimento, que devem as normas ser alteradas antes de iniciar o jogo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1372/01 – VETO  TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que altera dispositivos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Total;

- da  CEFOR. Relator Ver. Sebastião Melo: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CUTHAB, nos termos do art. 54, §1º , do Regimento da CMPA;

- discutiram a matéria, em 01-03-02, os Vereadores A.Sell e L.Braz.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 27.2 – Quarta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 060/01, com Veto Total. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr.ª Presidenta, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, esta é uma matéria de grande importância, porque trata do mobiliário urbano e dos veículos de publicidade.

O Ver. Carlos Alberto Garcia fez um projeto sobre empenas cegas, mas, como esta é uma Casa plural, ele acabou sendo emendado por várias leis. Essas emendas deformaram a lei. Nós, quando defrontamos com esse Projeto, votamos contra o Projeto e contra as Emendas, à exceção de uma, que foi o Projeto do Ver. Antonio Hohlfeldt, que pedia que não se notificasse o anunciante. Na época, até justificamos o nosso voto. Foi a favor e dissemos que a lei federal estabelece a possibilidade. Fizemos um gesto político! E isso falamos, inclusive, para os interessados. Depois, havia uma emenda do Ver. Sebastião Melo, que pedia que se consignasse no corpo da lei um dispositivo que ele achou que era pertinente - nós consideramos que não, do ponto de vista legal -, mas que determinava que as licitações incorporassem cinco anos para esse tipo de concessão ou permissão. Nós votamos contra, mas dissemos para eles que estávamos atentos à questão do mérito. Segundo a preocupação, esse dispositivo preservaria - e eu creio que sim - de certa forma a questão das licitações dessa área para que não houvesse concorrência abusiva no que diz respeito às empresas internacionais. Não é a única forma de preservar, é bem verdade, porque sabemos que numa licitação a definição da empresa praticamente passa pela sua capacitação técnica e pelo capital envolvido. Agora, a manutenção do Veto do Prefeito é uma necessidade para esta Casa. Eu recebi manifestos e opiniões. Há um movimento: “Salve Porto Alegre!”. Reforçando a convicção que eu tenho de que esta Câmara tem de arranjar novas formas de discutir essa matéria.

Esses dias me passaram um abaixo-assinado com nomes como Moacyr Scliar, Eva Sopher, Jorge Furtado, Giba Assis Brasil... Há uma opinião que se está constituindo na Cidade, corretamente e ajustada ou não ao espírito da lei, que coloca que esta Casa permite, se derrubar o Veto do Prefeito, que haja poluição visual.

Eu tenho uma opinião particular sobre isso, e sei que não é a intenção de todos os Vereadores permitir poluição, mas acho que é uma disputa política também entre fiscalização e as empresas, o que pode ser ajustado numa conversação.

Inclusive, o Ver. Beto Moesch e o Ver. Adeli Sell propuseram, e ainda está para ser resolvido, a implantação de uma comissão para discutir esse relacionamento. Eu não parto do princípio de que a Administração ao fiscalizar, ou os seus fiscais, está agindo de má-fé ou abusivamente, mas também não digo que não haja interesse do outro lado a ser preservado pela economia, pelo comércio, pelo emprego e por tudo.

Tudo isso está a indicar, Ver. Cassiá Carpes, que nós temos de achar um termo, e esse termo pode ser feito com o encaminhamento da discussão na Comissão; pode ser feito com um ajustamento político na licitação que vai ocorrer para que ela não discrimine pela possibilidade do capital das empresas nacionais. Pode ser feito com sugestões administrativas ao Sr. Prefeito, a partir de instruções ou decretos que ele pode baixar na sua competência de titular do Executivo.

Portanto, me parece, Ver. João Antonio Dib - e estou apelando também para a sua análise - que essa legislação, aprovada como ela está, não auxilia e não leva às intenções, que eu sei, que a maioria dos Vereadores possui aqui.

Lembro-me de alguns casos da legislação colocada, dos painéis, das dimensões das empenas, a questão relacionada aos maciços vegetais, ao patrimônio histórico urbanístico.

Bem, nós voltaremos nos encaminhamentos, mas eu acho que é possível que a Casa mantenha o Veto e que se consiga um encaminhamento político para a matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos discutindo hoje um dos temas mais polêmicos, sem sombra de dúvida, no decorrer do ano de 2001 nesta Casa e, portanto, um dos mais polêmicos deste ano, que é a alteração de uma lei que disciplina o uso do mobiliário urbano e da paisagem da cidade de Porto Alegre aos vários tipos e formas de propaganda ao ar livre.

Nós tínhamos e temos uma lei, amplamente debatida e discutida pela sociedade, com todos os setores envolvidos - artistas, arquitetos, engenheiros, empresas, paisagistas, Câmara de Vereadores e o Conselho Municipal do Meio Ambiente, que o representava, na época, via OAB - que aprovaram esta Lei.

No ano passado, a Câmara de Vereadores, por meio do Ver. Carlos Alberto Garcia, apresentou um projeto de lei alterando essa Lei, e outras emendas acabaram comprometendo a Lei como um todo. Fizemos, então, uma reunião no Plenarinho da Casa. Reunião essa participativa, representativa, quando constatamos que essa Lei deveria, sim, ser alterada, mas com uma discussão maior, pois não poderíamos alterar essa Lei da forma como estava sendo apresentada aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. Portanto, ainda em cima disso, juntamente com o Ver. Adeli Sell, protocolamos a constituição de uma Comissão Especial para tratar do tema, porque constatamos que a sociedade estava apreensiva, mas também que o trato entre as empresas e a Prefeitura não estava bem. Havia um conflito, e esta Câmara tinha e tem o dever de saná-lo. Esse conflito não podia perdurar e ficou muito claro que não era alterando a lei que nós poderíamos dirimir esse conflito, mas sim com a instituição de uma Comissão Especial.

O Projeto acabou sendo aprovado com as Emendas, e algumas delas foram rejeitadas. Nós continuamos defendendo que a lei não pode ser alterada sem uma discussão maior e por isso entendemos que a Comissão precisa se formar, nada deve ser alterado sem antes essa Comissão deliberar. Mas nós concordamos num ponto da alteração, aliás, um, com o apoio unânime nesta Casa, de que no processo de licitação para usar o mobiliário urbano - e o mobiliário urbano é público, ele pertence à sociedade - o prazo máximo de quem ganha a licitação seria de cinco anos para, justamente - isso que é importante -, preservar e dar chances às empresas locais. Por isso nos surpreendeu o Veto Total. O Veto jamais poderia ser total: ele deveria, ao menos, garantir esses cinco anos. No momento em que a lei se cala, a grande preocupação - como já ocorreu no Rio de Janeiro e ocorreu em Salvador - é que apenas as grandes empresas consigam ganhar a licitação, deixando à margem, justamente, empresas já preestabelecidas, nossas, que fazem o trabalho e que conhecem muito bem a sociedade.

Agora, é bom que se diga que estamos lidando com a paisagem da cidade de Porto Alegre, com o bem-estar. É um direito básico do cidadão a paisagem da cidade e é um direito básico a participação do processo decisório. Não podemos mudar, pura e simplesmente, essa Lei sem essa discussão maior, e nós a fizemos apenas uma vez aqui no Plenarinho. Nós mostramos que seria possível um debate sério, qualificado e técnico. Nós conseguimos uma vez aqui no Plenarinho. Não se deu uma segunda vez, não se deu uma continuação a esse debate, porque a Lei foi alterada pelo Projeto de Lei aprovado aqui. Embora lamente o Veto Total, porque não poderia ser total, deveria ser parcial, porque os cinco anos, debatidos aqui, tiveram aprovação unânime, deveria manter-se, portanto, os cinco anos. A lei não pode ser alterada sem uma discussão maior. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha intenção não é esclarecê-los, porque aqui temos bastantes especialistas nessa área de arquitetura e de paisagem urbana. Mas permito-me expressar a minha opinião, que é a opinião da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muitos Vereadores desta Casa estão formulando e aprendendo nesse processo de discussão das empenas cegas. Nós aqui, como Vereadores, temos esse desafio de tratar de boca-de-lobo à educação; de tratar de empena cegas - um nome tão estranho ao dia-a-dia da nossa Cidade, mas que ganha uma relevância muito grande quando um projeto de lei faz tamanha mudança.

Eu queria usar palavras de Iran Rosa, Arquiteto, que fez uma análise, em um seminário que foi promovido pela SMAM, sobre as mudanças que essa lei propôs, e que o Governo Municipal, o Prefeito Tarso Genro, na minha opinião, muito corretamente vetou. Primeiro, ele diz que o que queremos para Porto Alegre é que a Cidade se comunique visualmente com seus habitantes, por meio dos signos da cultura e não do comércio. Parece-me - e está muito claro - que o único objetivo dessas mudanças, em relação às empenas cegas e outros detalhes da propaganda da Cidade, o único objetivo é favorecer o comércio, é favorecer a colocação de anúncios, a exploração da nossa paisagem, para a venda de produtos. Nós, o Prefeito da Cidade, quem se preocupa com a paisagem diz “não”; nós nos queremos comunicar com a nossa cultura, queremos preservar o nosso patrimônio cultural, queremos regrar a venda de produtos, para que isso não atinja a qualidade de vida, a paisagem, para que isso não se sobreponha ao que a história dos homens construiu ao longo do tempo. A mudança para a possibilidade que hoje é prevista, de se fazer um painel artístico na parede cega, para colocar uma lona com lâmpada, nós já discutimos aqui, ela invade a privacidade dos vizinhos. Uma luz a noite inteira perto da sua janela é invadir a privacidade. E uma luz anunciando um produto, mais ainda, pois não tem um sentido cultural, não é um lugar de expressão da cultura de um artista, como está previsto hoje na Lei. Não podemos concordar com isso.

O inciso 1º, do art. 38, que deixava clara a preocupação com as áreas de interesse de preservação ambiental, natural e cultural, foi simplesmente suprimido, e não é possível abrirmos mão dele. A proposta diminui em cinco vezes a distância entre anúncios e rótulas, viadutos e túneis. Tínhamos uma distância estabelecida, que foi diminuída em cinco vezes. Isso implica segurança para o trânsito, para os motoristas, que estamos atingindo e mexendo. Há um aumento significativo nas dimensões dos letreiros também fixadas em cinco vezes mais. Temos uma exacerbação do espaço para propaganda em detrimento da preservação do nosso espaço de qualidade, de paisagem, de convivência nesta Cidade.

O Veto do Sr. Prefeito diz “não.” É preciso nos debruçarmos com mais cuidado, com mais atenção sobre esse tema. Não. Mudanças profundas feitas tão rapidamente numa lei tão recente como é a Lei do Plano Diretor, não serão aceitas. Há o compromisso da nossa Administração de fazer uma Comissão, de fazer um debate, com tranqüilidade, com profundidade, ouvindo ambientalistas, ouvindo arquitetos, ouvindo a sociedade civil.

Fazemos, então, o apelo a fim de que, com tranqüilidade, possamos examinar essa Lei e manter o Veto do Sr. Prefeito, em nome do nosso patrimônio cultural, em nome da capacidade que a Cidade tem de opinar sobre temas tão relevantes. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL n.º 060/01, por cessão de tempo da Ver.ª Maria Celeste.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, voltamos ao debate iniciado na última sexta-feira sobre Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia, que teve Veto Total do Sr. Prefeito Municipal, Dr. Tarso Genro. Nós queremos manter o Veto, mas temos um compromisso com as Sr.as e os Srs. Vereadores, com a população de Porto Alegre, com os ambientalistas, aqueles que lutam pela preservação ambiental e do patrimônio cultural e, evidentemente, com todos os empreendedores, porque sabemos que esse é um setor econômico importante, hoje nas mãos, principalmente, de empreendedores locais. Nós lastimamos que já tenha vindo a fúria de empreendedores de fora para cá, e nós sabemos do temor que alguns empresários têm quanto à vinda de algumas multinacionais, como aconteceu no Rio de Janeiro, em Salvador e no Recife. Sem dúvida nenhuma, nós estamos muito atentos a essa questão, porque não queremos que os empreendedores locais sucumbam diante do grande capital estrangeiro, que vem para cá, que domina o mercado, que compra pequenas empresas. Inclusive fiz uma denúncia desta tribuna sobre o dumping que é praticado por uma empresa de um modo especial nessa área da publicidade ao ar livre. Inclusive tivemos questionamentos, mas ainda não tivemos provas contundentes de que isso não seja praticado em Porto Alegre.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) No mesmo sentido do debate de sexta, nós concordamos plenamente com V. Ex.ª, temos debatido junto esse tema, mas a garantia ainda não se deu - isso nós lamentamos. O Veto não poderia ser total, e os cinco anos deveriam ter sido garantidos. Nós estamos esperando essa garantia que ainda não foi estabelecida pelo Executivo.

 

O SR. ADELI SELL: Eu disse a V. Ex.ª, anteriormente, meu caro Ver. Beto Moesch, que nós vamos atentar para a Lei n.º 8.666, das Licitações, e esperamos que ela não feche o caminho, pelo contrário, que tenhamos possibilidades de garantir, em toda e qualquer licitação que houver, como esperamos que possamos fazer muito em breve... Nós temos um novo mobiliário urbano na Cidade: que seja bancado com publicidade, mas que seja feito, fundamentalmente, por empresas daqui e que possam, portanto, disputar em igualdade de condições com qualquer outro empreendimento, na medida em que possamos garantir, no processo licitatório ou por uma medida legislativa local, essa concorrência e, portanto, fazermos de Porto Alegre um modelo, mais uma vez, para os pequenos empreendedores.

Eu lembro que há algum tempo, a Prefeitura Municipal utilizou, e continua utilizando, um mecanismo de dividir uma obra, fazendo com que o empreendedor local, pequeno empreendedor, possa participar da feitura de obras que antes eram feitas apenas por uma grande empresa e, muitas vezes, uma empresa de fora. Nós queremos salientar essa questão, como nós temos debatido aqui também, sendo que amanhã nós debateremos na CEFOR, sobre uma batalha que queremos fazer contra os subterfúgios que são utilizados para com os empreendedores, e eu diria péssimos empreendedores. Há o caso de uma licitação recente na Prefeitura de Porto Alegre - e nós já temos elementos para esclarecer a questão amanhã, aqui, na Comissão de Economia - em que uma falsa cooperativa de Butiá ganhou uma licitação com sonegação de ISS, e duas empresas que estão instaladas em Eldorado do Sul, que são empresas, na verdade, de fachada naquele Município e agem aqui em Porto Alegre. Nós temos como norte da nossa atividade parlamentar o combate às ilegalidades. Nesse sentido, nós marcharemos sempre.

Peço que os Vereadores nos acompanhem na manutenção do Veto, para que possamos formar a Comissão, Ver. Luiz Braz, e, em três meses, modificar aquilo que é necessário modificar de comum acordo entre a Câmara Municipal, a sociedade porto-alegrense e os empreendedores.

Agradeço à minha colega de Bancada, Maria Celeste, pela cessão deste tempo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não há mais oradores inscritos. Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 060/01. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente um esclarecimento de votação: V. Ex.ª está nos encaminhamentos?

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Encerrei a discussão, Sr. Vereador.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu queria falar, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Vereador já está encaminhando a votação. Eu quero deixar muito claro que declarei que não havia oradores inscritos e que por isso eu iria colocar em votação, quando o Ver. Raul Carrion, que não se encontrava no Plenário, se deslocou para cá e pediu a palavra, que está assegurada a ele.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas eu estava aqui, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Mas V. Ex.ª não pediu a palavra em tempo hábil, Vereador.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. ISAAC AINHORN: (Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Recebo a advertência de V. Ex.ª. Minha consciência está tranqüila.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu queria, em primeiro lugar, dizer que a Lei n.º 8.279 é uma lei que não trata apenas das empenas cegas - seria uma simplificação -, e não trata apenas da questão da veiculação de publicidade na cidade de Porto Alegre; ela é uma lei bastante abrangente que também trata de todo o mobiliário urbano da Cidade, desde as bancas de revistas, as lixeiras, tudo que trata do mobiliário da Cidade. Foi uma lei amadurecida, creio que com mais de seis anos de discussão, contemplando a opinião dos empresários, a opinião do Executivo, dos urbanistas, com bastante cuidado. Por tudo isto, exige que nós tratemos qualquer modificação dela com precaução e com tranqüilidade. Eu queria dizer que, apesar do Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia ter tramitado por um tempo razoável na Casa, desde a Legislatura passada, grande parte dos Vereadores desta Legislatura, que se renovou praticamente em 50%, não acompanharam essa discussão; na verdade o Projeto de Lei modificava, parece-me, unicamente, dois artigos. Ocorre que, na fase final da sua tramitação, foram protocoladas quinze emendas, das quais a primeira entrou em 24 de setembro, e a última em 10 de outubro, sendo que a Lei foi votada ainda no mês de outubro! Ou seja, as emendas, que modificaram muito mais profundamente a Lei do que o próprio Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia, não tramitaram em nenhuma Comissão, foram votadas em regime de urgência, não tiveram pareceres; e foram votadas, algumas, com 10 dias de tramitação na Casa, mostrando um açodamento, um afobamento desnecessário.

Deve-se dizer, como já foi registrado pelo Ver. Beto Moesch, que foi realizada nesta Casa uma reunião com ampla participação, em que a universidade, urbanistas e empresários, todos se disseram dispostos ao diálogo, dispostos ao amadurecimento da discussão. Contraditoriamente a essa reunião e, inclusive, ao pedido do Ver. Beto Moesch de uma Comissão Especial - já aprovada e em fase de instalação - com o objetivo de que houvesse uma discussão mais madura, foi realizada uma votação que desfigurou a Lei n.º 8.279 e que atropelou a possibilidade dessa discussão. Nesse sentido parece-nos que o Veto do Sr. Prefeito foi necessário - talvez pudesse ser parcial, mas neste momento ele é total - e a proposta que o Governo e a Bancada da Frente Popular estão colocando é no sentido de abrir uma discussão e, então, retornarmos ao tema. Eu queria inclusive registrar que a CUTHAB, presidida pela Ver.ª Maristela Maffei, acaba de aprovar a realização, junto com o IAB, com a participação da Prefeitura, da academia e dos senhores empresários, de um seminário, ainda no mês de abril, que correria paralelo a essa Comissão, trazendo as maiores autoridades na questão de mobiliário urbano, para que a Câmara tenha uma posição madura. Inclusive está prevista a vinda de representantes da Prefeitura de Santo André, que tem uma experiência inovadora, do Rio de Janeiro e do nosso Estado.

A Bancada do PC do B encaminha no sentido de que seja mantido o Veto mas que se abra uma discussão frutífera. Concluo, Sr. Presidente, dizendo que nós somos parceiros dos senhores empresários para impedir que os grandes grupos multinacionais dominem o mercado daqui. Nesse campo contem conosco para uma lei adequada. É preciso, Ver. João Carlos Nedel, que façamos esta discussão madura e espero que V. Ex.ª, que está nos aplaudindo, vote conosco na manutenção do Veto. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o  PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, queria eu, Sr. Presidente, usar o tempo de discussão para oportunizar ao meu colega Ver. Ervino Besson, relator da matéria, a possibilidade de encaminhar em nome da Bancada do PDT.

Tenho certeza que o Projeto que tramitou por mais de dois anos nesta Casa e foi objeto de um amplo debate nesta Casa, merecendo uma avaliação minuciosa deste Legislativo no ano passado, teve, de parte do Sr. Prefeito Municipal, uma incompreensão. Nós podemos admitir alguns aspectos que não tivessem adequadamente formulados no presente Projeto de Lei. Mas, infelizmente, o Sr. Prefeito optou pelo Veto Total. Esse Projeto aprovado, já foi com inúmeras Emendas de Vereadores desta Casa.

Então, vejam V. Ex.as, Sr. Presidente, o Sr. Prefeito poderia ser mais sensível no encaminhamento. Ele veta, quer que esta Casa mantenha o Veto, para depois discutir um novo projeto. Ver. João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, e o decano dos Vereadores desta Casa, já conhece essa fórmula de atuação de primeiro manter veto, ou retira projeto, ou deixa o projeto ser derrotado para depois aguardar que o Sr. Prefeito encaminhe uma nova proposta para que seja objeto de discussão. Infelizmente, a prática tem demonstrado que, quando se faz esse tipo de acordo com o Executivo Municipal, Ver. Haroldo de Souza, o que acontece é exatamente o contrário: o Prefeito se esquece desta Casa. Não cumpre o compromisso de encaminhar um projeto para a Casa. Quem nos assegura que a discussão será reaberta, caso mantenhamos o veto?

Então, eu, com o meu tempo de oposição nesta Casa, desde o Governo, do hoje Governador Olívio Dutra, passando pelo Dr. Tarso Genro, com quem tive relações mais respeitosas e fraternas quando presidi esta Casa, e nunca nos faltou com a sua atenção, nesse sentido, o seu perfil e a sua conduta são impecáveis, na relação entre os Poderes. Fui Presidente desta Casa, quando ele era Prefeito da Cidade de Porto Alegre e tinha uma excelente relação com ele, mas, nessas questões de debate de projetos, no mérito, infelizmente, a prática tem sido outra. Se derrota um projeto, em algumas circunstâncias se mantém um veto e, quando se chega na discussão do novo projeto, não vem o projeto.

Então, excetuando-se uma importante matéria, em que ele fez uma sanção provisória, não é Ver. Juarez Pinheiro? Projeto que não conhecíamos, o instituto da sanção provisória, ou seja, ele transformou um Projeto de Lei desta Casa em Lei e encaminhou outro Projeto que está para ser votado sobre as estações de radiobase. Então, ele faz uma sanção provisória, mas tem uma lei.

Então, nós vamos derrubar o Veto e não vamos, Ver.ª Sofia Cavedon, e essa é a proposta da maior parte da Bancada do PDT, nós vamos derrubar o Veto e estamos abertos ao diálogo para reformular e aperfeiçoar a legislação. Primeiro vamos implementar, Ver. Fernando Záchia, uma legislação para a cidade de Porto Alegre que neste particular das empenas cegas não existe. Então, nós, na nossa posição, vamos rejeitar, derrubar o Veto e depois vamos abrir uma discussão. Estamos abertos à discussão Ver.ª Sofia Cavedon e Maria Celeste, não vamos fechar, se precisar alterar algum ponto da lei ou vários pontos da lei depois vamos fazê-lo; primeiro vamos implementar uma legislação.

Essa é a nossa posição que gostaríamos de trazer, Presidente Reginaldo Pujol, encaminhando a matéria em nome da nossa Bancada, o Partido Democrático Trabalhista. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, ouvi atentamente diversas falas sobre o Projeto, e eu quero resgatar algo que eu já disse inúmeras vezes: este Projeto das empenas cegas começou a tramitar aqui em 1999, e eu estou vendo a Dr.ª Belkis, da IAB, que nós tivemos a oportunidade de, no ano 2000, participar de uma reunião na SMAM. Eu fico muito surpreso, porque durante todas as vezes que se conversou a empenas cegas era um problema, e de uma hora para outra a empena cega não é mais um problema e o problema passa ser as emendas. Então, isso, realmente, gera um conflito. Onde está a verdade, o que é verdade? Porque, desde 1999, este Projeto tramitou aqui na Casa e, inclusive eu já mostrei, com a aquiescência de toda bancada governista que votaram, nas diversas Comissões, a favor. Então, em nome do nosso Partido, nós solicitamos e enfatizamos a importância de derrubar o Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação nominal o PLL n.º 060/01. “Sim”, aprova o Projeto; “Não”, aceita o Veto. (Após a apuração nominal.) APROVADO o PLL n.º 060/01 por 20 votos SIM e 11 votos NÃO, considerando rejeitado o Veto a ele aposto.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1962/00 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 006/00, de autoria da  Ver.ª Helena Bonumá, que inclui parágrafo único no artigo 75 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (matéria ECA/CMDCA)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA;

- discutiram a matéria em 25-02-02 os Vereadores H.Bonumá, J.A.Dib, S.Cavedon, E. Guimarães, M.Danéris, J.Pinheiro, L.Braz, E.Xavier.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 006/00. (Pausa.)

 

 A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, solicito o adiamento da discussão do Projeto de Emenda à Lei Orgânica n.º 006/00 por duas Sessões. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem de votação, eu não consegui falar com todas as Lideranças. Propomos, ao invés de prosseguirmos com a discussão do PELO nº 001/01, retomarmos a votação a partir do PELO nº 004/01, concluir as votações e então retornarmos para o PELO nº 001/01 que necessita de 22 votos. A Assessoria Legislativa comunicou-me que na renovação de votação não cabe adiamento e que o mecanismo que podemos usar é alterar a ordem de discussão. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05minutos/sem aparte)

 

1º TURNO

 

PROC. 1319/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera a redação do inciso VI do art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01. (atribuições do Prefeito)

 

Parecer:

- da Comissão Especial: Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos - art. 130 do Regimento da CMPA;

- votação nominal nos termos  do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PELO n.º 004/01.

Há uma consulta sobre a possibilidade de adiamento da votação. Eu solicito que a Diretoria Legislativa informe se é possível ou não.

Em votação o Requerimento do Ver. Sebastião Melo, autor da matéria, que pede o adiamento da votação por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0597/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 001/00, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que dá nova redação ao caput  do art. 7º da Lei Complementar nº 320, de 02 de maio de 1994. (denominação de logradouros)

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto;

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL n.º 001/00. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ainda estou estarrecido com a votação ocorrida, de forma democrática e regimental, no último processo, e as duas matérias têm bastante vínculo, porque ambas tratam da questão do respeito à Cidade, do respeito ao posicionamento da cidadania. Eu quero nisso fazer uma ilação: nós tivemos, na questão do mobiliário urbano que acabamos de, surpreendentemente, referendar uma proposta que vai contra os interesses da Cidade, manifestada de forma clara pela cidadania organizada ou não. Tivemos isso, inclusive, no programa da Rádio Gaúcha, em que setenta e poucos por cento manifestaram-se absolutamente contrários à proposta que, à socapa, nasceu aqui na Câmara de Vereadores. Nós estamos tratando, agora, aqui, também de respeito à cidadania. Nós estamos tratando da obrigação de que o Vereador, para denominar logradouros, tenha de ouvir a população, fazendo o que não fez no projeto do mobiliário urbano, ou seja, para que venhamos a propor uma iniciativa legislativa para denominar um logradouro, seja ele cadastrado ou não, as pessoas que moram na localidade precisam, de forma cogente, ter o direito de posicionar-se quanto à iniciativa legislativa do parlamentar. A questão de ser cadastrado ou não cadastrado, não carrega por si só a distinção que o legislador colocou para esse tipo de matéria. Há muitas pessoas que moram há muitos anos em um logradouro que é cadastrado, mas tem apenas a denominação de uma letra, e que, de uma hora para outra, vê-se surpreendido com a denominação da sua rua, de uma praça ou outro tipo de logradouro com um nome absolutamente desconectado com a realidade daquela comunidade. Portanto, o que estamos a propor é que o Vereador, com todo o direito, faça a sua proposta de denominação de logradouros, mas que a população, que reside e é a quem se destinada a denominação, possa também emitir a sua opinião.

Eu tenho certeza de que os colegas, depois dessa triste votação das empenas cegas, terão a sensibilidade de, mais uma vez, não ir ao encontro dessa proposta que é solicitada pela comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL n.º 001/00.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.ª Presidenta, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Juarez Pinheiro propõe dar nova redação ao caput do art. 7º da Lei Complementar n.º 320, de 2 de maio de 1994.

Para o entendimento dos Vereadores desta Casa, lerei o que diz o caput do art. 7º que se pretende modificar: (Lê.) “A denominação dos logradouros públicos, de que trata o artigo anterior, depende de manifestação favorável da comunidade expressa através de votação, abaixo-assinado ou qualquer outro meio capaz de expressar a vontade da maioria dos moradores do logradouro a ser denominado.”

O artigo anterior diz o seguinte: (Lê.) “É permitida a denominação de logradouros irregulares ou clandestinos de uso público não implicando oficialização do logradouro de que se tratar e destinando-se exclusivamente para fins de possibilitar identificação da residência dos munícipes e orientar os serviços públicos implantados na área.”

A modificação objetiva, que propõe o Ver. Juarez Pinheiro no seu Projeto de Lei, é que ele inclui a expressão “bem como a dos cadastrados”. Em suma, pretende o Ver. Juarez Pinheiro que todas as denominações de rua do Município de Porto Alegre têm de vir acompanhadas de uma decisão prévia dos moradores da rua onde está-se denominando. Existe uma imprecisão nessa manifestação. O Ver. Fernando Záchia já teve oportunidade uma vez de vivenciar uma situação dessa ordem, porque nós aqui não denominamos somente ruas e a expressão logradouro é muito mais ampla, que inclui além de ruas, praças, largos, parques e situações de toda ordem, onde não tem moradores nessa área e que, evidentemente não pode haver uma manifestação dos moradores.

De outro lado, e o Ver. Juarez Pinheiro já conhece a minha posição com muita clareza, não é novidade para ele, eu entendo que nós não podemos sob o propósito de fazer e simularmos a participação popular produzirmos um capitis diminutio para os integrantes deste Legislativo, integrantes desta Casa que já são compelidos a muita pouca coisa fazer, que uma das raras iniciativas que têm de forma inquestionável é de propor projetos de lei desta ordem e que nós, se aprovarmos, Ver. Luiz Braz, de que nós, Ver. Nereu D’Avila, se aprovarmos a proposição do Ver. Juarez Pinheiro, estaremos reduzindo ainda mais essa nossa capacidade administrativa.

Eu não vejo nada de mais relevante nessa proposição e nem me sinto, eu que fui uma das pessoas que há pouco votei pela acolhida do Veto na condição de inimigo da Cidade para merecer um pronunciamento pesado do Ver. Juarez Pinheiro, produzido aqui na tribuna. O inconformismo do Ver. Juarez Pinheiro com relação à matéria anterior, é mais ou menos semelhante àquela situação de uma pessoa depois que vê o seu clube perdendo o jogo de futebol quer furar a bola. Não, houve uma decisão soberana aqui do Legislativo que maduramente decidiu, de forma bastante expressiva, numa votação com trinta e um Vereadores, vinte entenderam de não acolher o Veto; onze quiseram acolher, a maioria venceu e não pode essa maioria agora ser tida como inimiga da Cidade, porque teve um entendimento, quando da votação do Projeto reafirmado no dia de hoje, numa linha que divergia do meu prezado amigo Ver. Juarez Pinheiro. Eu estou aqui lisamente manifestando a minha posição contrária ao Projeto de Lei do Vereador, posição essa que não pode surpreendê-lo; sou uma das raras pessoas que, examinando nas Comissões, teve a tranqüilidade de colocar que votava favoravelmente à proposição na Comissão de Justiça, porque ela era legal, mas que tinha restrições quanto ao mérito. Já estava colocando aqui, situação em que fui acompanhado por outros Vereadores. Estou antecipando. Não consultei a Liderança da minha Bancada. Poderemos, inclusive, depois, debater, mas, pessoalmente, se a Liderança não entender de forma diferente, eu me inclino para votar contrariamente a essa proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLCL n.º 001/00.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a iniciativa do Ver. Juarez Pinheiro em um sentido de buscar no assento popular à nomeação de logradouros públicos já existe para os logradouros não-cadastrados. Seria uma ampliação apenas. Mas a discussão me parece outra. Não me passa pela idéia e pela cabeça que possa um Vereador da cidade de Porto Alegre propor uma iniciativa nomeando um logradouro público sem consultar a população, a rua, os moradores. Será que temos Vereadores com esse perfil de ingressar com um projeto dando o nome de uma rua, onde moram pessoas, e não ir lá buscar dialogar com essa comunidade e com essas pessoas. Digo que não gosto da indústria de ruas. Quero deixar claro aqui na tribuna. Não gosto! E tenho feito publicamente. Já me manifestei sobre isso. Eu acredito que a toponímia da Cidade precisa ser maturada, precisa ser elaborada, temos de conversar com as pessoas, temos de ver o fundamento, as razões. Agora, eu disse no início, é apenas uma ampliação já do que existe, ou seja, logradouros não cadastrados precisam do assento popular formal, também formal, é bom que se diga, porque muitas vezes passa a lista aí na rua, está aqui, está ali essa é a rua.

Então a discussão tem fundo, ela tem a sua essência de um mandato popular.

Eu acho que o Vereador, o parlamentar tem uma outorga da população para proceder. Agora, tem de proceder com legitimidade. Isso não significa submeter o parlamentar a esta ou aquela maneira de proceder. Por isso, eu coloco o meu entendimento, dizendo que se trata de uma ampliação, já existe para os logradouros não cadastrados a necessidade de se ter formalmente, às vezes sim, às vezes não, a outorga popular.

Então, eu estou examinando, sou um defensor, quero deixar claro, da democracia representativa, mas com legitimidade. Embora o mandato dê poderes ao parlamentar, ele tem de legitimar, a cada ato, a sua postura, o seu procedimento. Agora, não precisa de pedir licença para cá, pedir licença para lá, abaixo-firmado para cá, abaixo-firmado para lá. Não me passa pela idéia que na Capital de Estado - isso vale para qualquer representação - possa um parlamentar adotar determinadas medidas e não ouvir a população, até porque, ouvindo a população, ele só ganha, ele se credencia.

Então, Ver. Juarez Pinheiro, estou falando - penso que é uma questão de fundo - que essas restrições - restrições aqui, restrições ali - ao mandato popular desqualificam. Não significa dizer que não tenhamos que buscar nas fontes da população a própria legitimidade do ato parlamentar. Portanto, fica aqui a minha manifestação com as razões já expostas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Após o brilhante pronunciamento do Ver. Elói Guimarães, constatamos que visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h10min.)

 

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